quinta-feira, outubro 17, 2024

Câmara aprova projeto que regulamenta produção de clones de animais

Data.:

A matéria será enviada à sanção presidencial

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (16) projeto de lei que regulamenta a produção de clones de animais principalmente destinados à pecuária. A matéria será enviada à sanção presidencial.

De autoria do Senado, o Projeto de Lei 5010/13 classifica esses animais como “domésticos de interesse zootécnico”, incluindo bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, equinos, asininos, muares, suínos, coelhos e aves.

Os clones gerados deverão ser controlados e identificados durante todo o seu ciclo de vida por meio de um banco de dados a ser mantido pelo poder público, que contará ainda com informações genéticas para controlar e garantir a identidade e a propriedade do material genético animal e dos clones.

Informações sobre produção, circulação, manutenção e destinação do material genético e dos clones usados para produzir outros clones de interesse zootécnico serão centralizadas e disponíveis em banco de dados de acesso público.

Um regulamento identificará quais animais serão mantidos em ciclo de produção fechada, caracterizado como um regime de contenção ou de confinamento a fim de impedir sua liberação no meio ambiente.

A circulação e a manutenção de material genético ou de clones no Brasil devem ocorrer com documentação de controle e acompanhamento pelo poder público federal. Um registro genealógico também será realizado com orientação do órgão competente federal.

Já a supervisão e a emissão de certificados sanitários e de propriedade serão de competência dos serviços veterinários oficiais. Esses órgãos também deverão dar autorização de fornecimento de material genético e de clones para a produção de outros clones.

Animais silvestres
Embora as definições trazidas pelo projeto para material genético animal e fornecedor se refiram exclusivamente à produção de animal doméstico de interesse zootécnico, o texto exige autorização prévia do órgão ambiental federal para a produção comercial de clones de animais silvestres nativos do Brasil.

Por outro lado, a liberação no meio ambiente, tanto de animais silvestres nativos do Brasil quanto de clones de animais domésticos de interesse zootécnico, dependerá de autorização também do Ibama se esses animais possuírem parentes silvestres ou ancestrais diretos com ocorrência nos biomas brasileiros.

Quanto às atividades de pesquisa científica relacionadas à clonagem de animais não domésticos, exóticos ou de companhia desenvolvidas por instituições de pesquisa públicas ou privadas devem seguir as regras legais vigentes e o regulamento derivado do projeto se virar lei.

Esses animais devem ser mantidos em ciclo de produção fechada e sob controle e monitoramento oficial durante todo o seu ciclo de vida.

As atividades de pesquisa são definidas como aquelas relacionadas com ciência básica, ciência aplicada, desenvolvimento tecnológico, produção e controle da qualidade de drogas, medicamentos, alimentos, imunobiológicos, instrumentos ou quaisquer outros produtos testados em animais.

Nas negociações em plenário, a relatora, deputada Adriana Ventura, não aceitou modificações no texto propostas pelo PT e PSB para deixar claro que não poderá haver maus tratos dos animais e para impedir o uso da clonagem em animais silvestres.

Riscos
O deputado Helder Salomão (PT-ES) apontou problemas e riscos com a aprovação da proposta. “Por que não estabelecer quem são os profissionais responsáveis técnicos por esta atividade tão importante? Segundo, por que não deixar evidente que não pode haver maus tratos com os animais? O terceiro é difícil compreender: clonagem de animais silvestres, com que objetivo? Preservação? O que garante a preservação é a gente cuidar da natureza, da biodiversidade, dos animais silvestres.”

O deputado Duarte Jr (PSB-MA) também criticou o projeto por não deixar clara a proibição de maus tratos contra animais.

O PSB e o PT apresentaram emenda prevendo isso, mas a alteração não foi acatada pela relatora da proposta no Plenário, deputada Adriana Ventura (Novo-SP). Segundo ela, a Lei da Biossegurança já tem essa proibição.

Ventura ponderou que a proposta traz segurança para quem comercializa animais para pesquisa. “A gente não está falando de todos os animais, a gente não está falando de cão e gato, a gente está falando de alguns animais que são importantes para a pesquisa, que são importantes para que a gente possa produzir, comercializar e principalmente para manter muitas espécies que têm risco de extinção. O projeto avança no sentido de dar essa segurança, de ter esse banco de dados, de certificar pessoas que comercializam animais.”

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Foto: Jonas Oliveira/AEN

spot_img

VEJA TAMBÉM

Onça-parda resgatada em galinheiro de Umuarama (PR) é devolvida à natureza

Técnicos do Instituto Água e Terra (IAT), do escritório...

Morre pioneiro de Maringá, Valdemar França aos 79 anos

Faleceu na tarde desta quarta-feira (25) o pioneiro de...

Ovos: recorde de produção pressiona cotações

Os preços dos ovos seguem em queda, refletindo a...

Exportação de mel pelos portos do Paraná cresce 376%

Os portos paranaenses exportaram 3.847 toneladas de mel entre...

Receba as informações so site diáriamente.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Alerta: interior de São Paulo deve ter maior volume de chuva do estado a partir de amanhã (18)

Defesa Civil alerta para volume de 200 milímetros para...

Sicredi é primeira instituição financeira a operar Programa Pró-Trator em São Paulo

Acordo com Governo do Estado de São Paulo possibilita...

Produtores de milho do Paraná têm melhor remuneração em outubro

Os preços recebidos pelos produtores de milho no mercado...

Suínos: carne ganha competitividade frente as demais

Levantamentos do Cepea mostram que a competitividade da carne...

Boi: indicador acumula alta de 9,1% em outubro

A oferta limitada de animais prontos para abate tem...

Maior superlua do ano pode ser vista nesta quinta-feira

Hoje (17) é dia de observar o fenômeno da...

Evento: 30º Encontro Paranaense de Apicultura vai até amanhã (18)

Produtores de mel de todo o Paraná estarão reunidos...

Algodão: área deve crescer na próxima safra

Com cerca de 2/3 da produção deste ano beneficiada,...