Na última semana de novembro de 2024, o mercado de milho registrou um menor interesse por parte dos compradores, refletindo uma série de fatores econômicos e climáticos que impactaram diretamente a demanda global. A principal razão para essa retração foi a diminuição nas compras de grandes importadores, como China e países da Europa, que estão enfrentando desaceleração econômica e incertezas comerciais. Além disso, a colheita de milho nas principais regiões, como Brasil e Estados Unidos, está apresentando resultados favoráveis
Outro fator que influenciou o recuo na demanda foi o fortalecimento do dólar americano, tornando o milho mais caro para países que utilizam outras moedas. A alta nas taxas de juros nos Estados Unidos também contribuiu para essa situação, já que investidores e compradores passaram a buscar alternativas mais rentáveis.
Análise Cepea
O movimento de alta dos preços do milho, que vinha sendo verificado desde agosto, foi interrompido na última semana em parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão veio do menor interesse de compradores. Do lado vendedor, pesquisadores do Cepea explicam que muitos produtores, sobretudo os do estado de São Paulo, estão afastados das negociações, atentos ao desenvolvimento da safra verão, que vem sendo favorecido pelo clima na maioria das regiões. A semeadura da safra verão 2024/25 avança e se aproxima da reta final no Sul do país.
Milho no Brasil e mundo
A cultura do milho é uma das mais importantes no Brasil e no mundo, sendo fundamental tanto para a alimentação humana quanto para a produção de ração animal e biocombustíveis. No Brasil, o milho é cultivado em praticamente todas as regiões, com destaque para os estados de Mato Grosso, Paraná e Goiás. O país é um dos maiores produtores e exportadores de commodities, com a safra de milho 2024 estimada em mais de 110 milhões de toneladas, o que coloca o Brasil como um dos maiores concorrentes no mercado.
Globalmente, os Estados Unidos lideram a produção de milho, seguida pelo Brasil e pela China. Ele é essencial não apenas para a alimentação, mas também para a indústria de etanol, especialmente nos EUA, onde a produção de biocombustível a partir do grão tem sido uma das principais alavancas da agricultura. No Brasil, o milho também desempenha um papel estratégico na produção de etanol e ração animal, contribuindo também para a produção de proteínas animal.
Entretanto, a produção de milho enfrenta desafios, como a necessidade de adaptação às mudanças climáticas, que podem afetar a produtividade das produções, e as flutuações nos preços internacionais, que influenciam diretamente os lucros dos produtores. (com Cepea)