A Metsul Meteorologia faz um alerta, no mínimo, temeroso! Os efeitos do El Niño vão ficar muito evidentes no segundo semestre com aumento enorme dos índices de precipitação no Sul do Brasil e uma redução expressiva da chuva no Norte e no Nordeste do país. Quanto ao Centro-Oeste e parte do Sudeste, há relativa discrepância dos modelos porque são regiões em que o sinal de El Niño costuma variar muito. O grande foco será mesmo o Sul do Brasil porque é a região do Brasil que deve ser a mais afetada pelo fenômeno climático.
Impressionam as projeções de anomalia de temperatura da superfície do mar para o último trimestre deste ano. Grande parte das águas dos oceanos do planeta estará com águas mais quentes ou muito mais quentes do que o normal, ou seja, a Terra vai estar muito quente, como talvez jamais se viu na era de observações. A superposição de El Niño com outros extremos de aquecimento oceânico esquentará demais o planeta e o clima vai estar muito propício a extremos, não apenas no Sul do Brasil como em outras partes do país e do mundo. Os principais efeitos extremos devem ser chuva em excesso, ondas de calor potentes, ciclones e tempestades severas.
Há um consenso entre as simulações de clima por computador que esta segunda metade do ano será excessivamente chuvosa na Região Sul. Embora os efeitos do El Niño sejam sentidos no Paraná, os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina tradicionalmente são os mais afetados por evento de El Niño e não deverá ser diferente neste episódio que se inicia. Os principais modelos internacionais de clima concentram os principais extremos de chuva neste segundo semestre mais nos estados gaúcho e catarinense, embora se reitere haja previsão de eventos de muita chuva também no Paraná.
Início – O fenômeno El Niño foi declarado em andamento na segunda semana de junho pela NOAA, a agência de tempo e clima do governo dos Estados Unidos, mas os seus efeitos não são sentidos em toda a sua extensão de forma imediata. A atmosfera ainda tarda um pouco para começar a responder ao aquecimento do Pacífico.
O principal indicador atmosférico de El Niño e La Niña responde pelo nome Índice de Oscilação Sul (SOI, em Inglês). Quanto mais positivo, maior o sinal de La Niña, e quanto mais negativo será maior o sinal de El Niño. Estudos mostram um tempo de resposta médio de dois a três meses às mudanças no Pacífico. Uma vez que a SOI despencou em maio, a tendência é que nas próximas semanas gradualmente os efeitos na chuva comecem a ficar mais evidentes.
Conforme o último boletim semanal da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, a anomalia de temperatura da superfície do mar era de 1,0ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central, que é usada oficialmente para definir se há um El Niño na forma clássica e de impacto global. O valor está na faixa de El Niño moderado (+1,0ºC a +1,4ºC).
(Conteúdo na íntegra em MetSul – https://metsul.com/segundo-semestre-tera-chuva-excessiva-e-muitas-tempestades-fortes/)