Apesar do cenário desfavorável no mercado interno, as exportações brasileiras de carne suína bateram recordes históricos em 2024
Os preços do suíno vivo começam 2025 em queda na maioria das regiões do Brasil, reflexo da tradicional baixa demanda registrada em janeiro, um mês caracterizado pela restrição de renda da população. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), esse movimento de redução nos preços está atrelado à sazonalidade do mercado, onde o consumo tende a ser menor após as festividades de fim de ano. A falta de poder aquisitivo da população impacta diretamente nas vendas de carne suína, uma das proteínas mais consumidas no país.
Apesar do cenário desfavorável no mercado interno, as exportações brasileiras de carne suína bateram recordes históricos em 2024. O volume exportado no ano passado alcançou 1,33 milhão de toneladas, o que representa um aumento de 10% em relação a 2023. Este desempenho consolidou a carne suína brasileira como um dos produtos mais importantes nas vendas externas, com destaque para o crescimento da receita gerada pelo setor. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os números de 2024 superaram as expectativas do setor e marcaram um novo marco na série histórica iniciada em 1997.
Em dezembro de 2024, as exportações caíram em relação ao mês anterior, somando 107,9 mil toneladas, o que representa uma queda de 10,4% em comparação com novembro. No entanto, o volume ainda foi 1,5% superior ao de dezembro de 2023, mantendo um desempenho robusto no mercado internacional. A combinação de queda nos preços internos e a expansão nas exportações reflete as dinâmicas contraditórias do setor de suínos no Brasil, que, embora enfrente dificuldades no mercado doméstico, se beneficia de um forte desempenho no comércio exterior. (com Cepea)
Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN