Alta nos fertilizantes e redução da área cultivada influenciam cenário do grão no Estado
O preço da saca de trigo registrou um aumento expressivo de 15% em maio de 2025, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O valor saltou de R$ 68,83 para R$ 79,69, impulsionado, entre outros fatores, pelo aumento nos custos de produção. Um dos principais vilões é o fertilizante, que encareceu cerca de 22% no período, afetando diretamente a rentabilidade e o planejamento do produtor rural.
Apesar da valorização no mercado, o Paraná — maior produtor nacional de trigo — reduziu significativamente sua área plantada neste ano. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a área estimada para a safra de 2025 é de 850 mil hectares, 25% menor do que os 1,13 milhão cultivados em 2024.
Atualmente, cerca de 78% da área prevista já foi semeada. As lavouras, até o momento, apresentam bom desenvolvimento, beneficiadas pelas condições climáticas favoráveis do outono.
Mercado mais cauteloso
Segundo analistas do setor, a redução na área plantada reflete uma postura mais cautelosa dos produtores. Apesar da recuperação nos preços, muitos agricultores optaram por reduzir o plantio diante da instabilidade do mercado externo, alta nos insumos e incertezas climáticas que marcaram os últimos anos.
Além disso, a concorrência com culturas como o milho safrinha e a soja tem influenciado a decisão dos produtores, que buscam alternativas com menor custo e maior previsibilidade.
Perspectivas para a colheita
Se o clima continuar favorável, a expectativa é de uma boa produtividade, o que pode compensar parte da redução da área plantada. No entanto, o comportamento do mercado internacional e a variação cambial seguem como fatores de atenção para os próximos meses. A nova safra será decisiva para definir os rumos da cultura no Estado.
Foto: Cleber França