por Nájila Furlan – jornalista, coordenadora de programas institucionais da Portos do Paraná
Nesta semana, um dos principais assuntos foi o vento. A passagem de um ciclone extratropical aqui pelo Litoral do Estado provocou rajadas que passaram dos 70 quilômetros por hora.
Os portos do Sul, entre esses os nossos paranaenses, ficaram em alerta. Porém, felizmente, por aqui não registramos danos.
Com ventos mais fortes, por medida de segurança aos trabalhadores e à carga, as operações param. Especificamente por conta do evento meteorológico desta semana, a parada não durou nem 24 horas. Isso porque, quando o vento acalmava, as operações eram retomadas.
Pouca gente sabe, mas isso ocorre com frequência. A alternância de períodos de operação e paradas por questões meteorológicas faz parte do cotidiano da atividade portuária.
Os equipamentos de carga e descarga (guindastes e shiploaders) são dotados de dispositivos de segurança chamados de anemômetros. Quando a velocidade do vento ultrapassa uma certa velocidade (40/45 km/h), um alerta é disparado para que os operadores paralisem as atividades. Assim ocorre permanentemente.
Outro evento meteorológico que influencia na operação é a chuva. A umidade, que é positiva para os recursos hídricos e para a agricultura, nos portos gera saldo negativo na movimentação, principalmente dos granéis sólidos. A natureza desse tipo de carga – fertilizantes, açúcar, milho, sacaria, soja em grão e farelo – fica suscetível à umidade.
Se molhados, os produtos estragam. Por isso, quando há sinal de chuva as operações param. O comandante do navio manda fechar os porões até que tenha segurança para abri-los novamente, sem prejuízo à carga.
Entre os fertilizantes que são descarregados pelos Portos do Paraná, por exemplo, apenas a ureia opera com garoa. Os demais não podem pegar qualquer umidade.
As operações que seguem normalmente, sob chuva, são os embarques e desembarques de contêineres, veículos, carga geral – com exceção de papéis e sacaria – e dos granéis líquidos que ocorre pelas tubulações e os tanques permanecem fechados.
Porém, essas paralisações por chuva não geram custos para os usuários. Os navios, ao carregarem e descarregarem as cargas, mantêm boletins diários. Nesses, é anotado o tempo que a embarcação permanece parada pelas condições meteorológicas. No fechamento da operação, esses períodos são descontados em algumas taxas e multas.
Infelizmente, ainda não existe ainda nenhuma tecnologia ou alternativa para seguir com essas operações portuárias sob condições de chuva, o que os operadores portuários do Paraná fazem é aproveitar as condições meteorológicas favoráveis para serem ainda mais produtivos e eficientes.
Nos dias em que não chove, aproveitamos os tempos operacionais para mantermos os resultados.