No Paraná, a colheita de milho avança. Mais de 6% da área total plantada com o cereal (2.416.231 hectares) já foram colhidas, sendo as regiões de Toledo, Campo Mourão e Cascavel as com maior volume já armazenado.
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, o Estado deve colher 17 milhões toneladas de milho safra (somando a 1ª safra já colhida e a segunda, a colher). Desse volume total, mais de 12% têm destino para a exportação.
Com tanto milho para chegar e ser escoado aqui pelos Portos do Paraná – vindo não apenas do próprio Estado, mas também do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Goiás e outros – surge um desafio e dos grandes, para toda a cadeia, de ponta a ponta; do campo ao porto.
Por quê? Porque por aqui os volumes embarcados de soja seguem altos. Agora em junho, foram exportadas 1.578.472 toneladas, 60% a mais que as 984.878 toneladas embarcadas no mês em 2022. E para este 3º trimestre, os terminais ainda preveem carregar mais 4 milhões de toneladas do granel.
E, no campo, tem muito produto. Os produtores ainda estão armazenando a soja, esperando preço para vender. Porém, é preciso espaço para armazenar. Essa transição, de um produto pelo outro, é sempre um dilema. No campo, armazenagem ainda é uma questão a ser melhorada.
Aqui, vale o lembrete: o porto é lugar para dar giro, escoar a produção. Se for usado para armazenagem, acaba ficando inviável. Gera custos altíssimos para o exportador e trava o escoamento. Ou seja, guardar o produto em porto não deve ser opção.
Agora com contratos fechados… Aqui nessa ponta também temos um desafio grande já que o mercado internacional tende a demandar mais – diante da expectativa de uma boa safra brasileira e das conjunturas, em especial do impedimento da Ucrânia na exportação do cereal.
Porém, temos total condições de suprir essa demanda. Isso quem fala não somos nós, aqui da autoridade portuária, são os próprios operadores, exportadores e terminais. Para fechar a coluna desta semana, troquei uma ideia com André Maragliano, diretor da Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (ATEXP), que entende bastante e acompanha o mercado das commodities agrícolas.
E ele garante: “o Porto de Paranaguá está muito preparado. É um porto eficiente, que conta com dois corredores de exportação, Leste e Oeste, e um regramento inteligente e inovador o que garante altos índices de produtividade”, comenta.
Atualmente, são cinco berços disponíveis para o embarque de granéis sólidos para exportação. Especificamente os três berços do Corredor Leste foram recém-dragados e a esperança é que dos atuais 12,8 metros de calado possa subir para os 13,3 metros e, assim, os navios podem carregar mais, com mais segurança.
“Estamos bem estruturados no Porto de Paranaguá”, destaca o engenheiro agrônomo, consultor da FAEP e conselheiro da Portos do Paraná, Nilson Hanke. Além disso, tem grandes planos para o futuro: projetos importantes como o do Moegão (uma moega exclusiva para descarga ferroviária); remodelação do Corredor Leste; concessão do canal de acesso. Esses, a longo prazo, certamente darão ainda mais porto para a produção do Paraná e do Brasil.