O Instituto Água e Terra (IAT) aderiu neste mês de setembro ao programa Brasil M.A.I.S (Meio Ambiente Integrado e Seguro), do governo federal, que vai permitir ao órgão ampliar a capacidade tecnológica de fiscalização ambiental no Paraná. O convênio com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Polícia Federal (PF), possibilitou o acesso à plataforma Rede MAIS, que oferece imagens diárias produzidas por mais de 180 satélites com resolução espacial de três metros, garantindo um detalhamento maior das regiões monitoradas.
Essa qualidade de reprodução consegue alcançar crimes ambientais como queimadas e desmatamentos em pequenas propriedades, ampliando o raio de vigilância eletrônica do IAT. Além disso, tem impacto também na validação das informações apresentadas por proprietários rurais durante a confecção do Cadastro Ambiental Rural (CAR), fazendo o contraponto entre o que foi informado e o que de fato existe na área produtiva.
O Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI), setor responsável pelo suporte tecnológico dentro do instituto, está finalizando o período de capacitação de técnicos das 21 regionais do órgão ambiental. A expectativa é que o sistema esteja rodando completamente em outubro.
“A resolução espacial para um imageamento diário é alta. Poderemos monitorar diversas ações, como queimadas, supressão de vegetação e abertura de estradas, por exemplo”, explica a engenheira cartógrafa do NGI, Gislene Lessa.
A plataforma disponibiliza, também, o dashboard de alertas, painel em que os algoritmos de sensoriamento remoto identificam áreas que foram desmatadas. A partir desta verificação, um ponto de atenção é gerado para aquele local, delimitando o espaço e as características da supressão.
Além disso, a Rede MAIS oferece um mosaico mensal, em que novamente algoritmos selecionam as melhores imagens, com a menor presença de nuvens possível, para facilitar a visualização do que foi devastado em determinado período pré-selecionado.
“A vantagem dessa plataforma é que os alertas têm uma precisão maior e com mais detalhes, com o envio diário, o que não existia antes. Essas imagens são checadas por especialistas antes de serem compartilhadas pela plataforma, garantindo mais qualidade ao trabalho”, complementa a chefe do NGI, Sonia Burmester do Amaral.
CONTRAPARTIDA – Em contrapartida ao acesso gratuito à plataforma, o IAT se comprometeu a repassar informações de interesse da Polícia Federal em questões ambientais como drenagem, outorgas de uso da água, termos de apreensão, unidades de conservação e licenciamento ambiental, entre outras. Levantamento que será usado pela PF no desenvolvimento do próprio sistema Rede MAIS.
“Essa é a maior plataforma de sensoriamento remoto que existe hoje no País, foram mais de dois anos de negociação para trazê-la para o IAT. Será algo impactante para o trabalho do instituto”, afirma Sonia. (Texto e foto: IAT)