A safra de verão 2023/2024 deve ter, mais uma vez, aumento do plantio de soja. De acordo com projeção do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), aponta para uma elevação na área de soja e redução no milho. A previsão inicial é que as lavouras de soja e milho somem mais de 6,2 milhões de hectares, com a perspectiva de colheita de 25,4 milhões de toneladas.
O Produto Interno Bruto (PIB) paranaense cresceu 9,16% no primeiro trimestre de deste ano e boa parte da expansão deveu-se ao setor agropecuário, que contribuiu com 38,32%. O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do Paraná atingiu, em 2021, R$ 180,6 bilhões, avançando, em média, 5% ao ano desde 2012.
O aumento da produção agrícola deve-se à profissionalização dos produtores, às novas cultivares e equipamentos. Mas, há outro integrante na equação que soma números gigantescos: são cerca de 20 mil Engenheiros Agrônomos no Paraná, sendo que Maringá representa 17,87% deste total.
“Hoje, a agricultura, com as demandas mundiais e a necessidade de ser cada vez mais eficiente, exige a participação de um profissional capacitado para a gestão de recursos naturais e que use conhecimento para gerar renda. É inquestionável que onde existe um Engenheiro Agrônomo qualificado e atuante, os resultados da produtividade do campo são ainda melhores, graças ao manejo adequado do solo, o uso correto de defensivos agrícolas, o desenvolvimento de novas tecnologias por meio de pesquisas e a orientação aos produtores sobre o melhor uso das propriedades da terra”, diz Fernando Mignoso, Engenheiro Agrônomo presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Campo Mourão (AEACM), entidade de classe ligada ao Crea-PR na Regional Maringá.
O profissional lembra que o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo e tem, neste cenário, o Engenheiro Agrônomo como um dos profissionais com grande participação nesse processo. “Onde tem agro forte aliado a ciência e biotecnologia, tem um Engenheiro Agrônomo”, frisa.
Mignoso ressalta que as possibilidades de atuação do profissional de agronomia são amplas e vão além do campo, o que demonstra uma mudança importante no papel da profissão, que deixa de ser prioritariamente técnica e passa a ser também de consultoria altamente especializada, independente da área de atuação. “O agrônomo trabalha com as incertezas do dia a dia. São inúmeras dificuldades: solo, planta, clima, mercado. Por isso, temos que estudar e acompanhar a evolução da ciência, saber combinar tudo isso”, acrescenta.
Agricultura sustentável
Cesar Davi Veronese, que é Conselheiro do Crea-PR e presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná (FEAPR), observa que as transformações na Agronomia, décadas atrás, eram lentas, mas que o cenário mudou. “Os Engenheiros Agrônomos estão envolvidos nas novas tecnologias, novas cultivares e com a tendência que chegou para ficar, os chamados bioinsumos [ou insumos biológicos, produtos naturais à base de micro e macroorganismos para a produção, o armazenamento e/ou o beneficiamento]. Os Engenheiros Agrônomos têm papel importante na demanda por uma agricultura sustentável”, pontua o agrônomo, que atua em Cascavel.
Veronese acrescenta ainda a utilização crescente de drones, que aliados a aplicativos, estão revolucionando tarefas como o mapeamento de áreas, a conservação de solo e a pulverização de defensivos. “Tarefas que antes levavam cerca de 60 dias passaram a ser feitas em 15 dias, com mais precisão.”
Números
Segundo dados do Crea-PR, há mais de 20 mil Engenheiros Agrônomos no Estado. Desses 18.609, 84,7% são homens e 15,3% são mulheres.
Distribuição dos profissionais pelas Regionais do Crea-PR:
Curitiba – 24,76%;
Maringá – 17,87%;
Cascavel – 15,58%;
Londrina – 14,18%;
Guarapuava – 7,83%;
Pato Branco – 7,46%;
Ponta Grossa – 7,22%;
Apucarana – 5,09%.
(Foto: Fernanda Bertola)