Após dois anos de área colhida e produtividade agrícola em queda, a oferta de mandioca registrou forte recuperação em 2023, sobretudo no Centro-Sul, que concentra o cultivo destinado à indústria. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com o aumento na disponibilidade de matéria-prima e também um maior esmagamento, os preços da raiz e dos derivados caíram ao longo de praticamente todo o ano.
A produção brasileira de mandioca deve somar 18,9 milhões de toneladas em 2023, crescimento de 4,2% em relação ao ano anterior e a maior desde 2016, segundo estimativas do IBGE. Este resultado foi atribuído ao aumento de 2,8% na produtividade e de 1,4% na área colhida. O clima foi favorável à mandiocultura em 2023, ao mesmo tempo em que diminuiu a incidência de pragas, doenças e perdas, possibilitando também a recuperação do teor de amido das raízes após dois anos de quedas.
Citrus – O ano de 2023 foi bastante positivo para a citricultura, em especial do estado de São Paulo e do Triângulo Mineiro, no que diz respeito aos preços recebidos por citricultores. Os valores das laranjas estiveram em patamares firmes ao longo de todo o ano, tanto no mercado de mesa quanto na indústria, chegando a operar, neste último segmento, em patamares recordes reais, o que permitiu um ano de boa rentabilidade.
Segundo pesquisadores do Cepea, este cenário está atrelado à oferta de fruta inferior à demanda, mesmo com a safra 2023/24 sendo de produção dentro da média. Isso porque os estoques de suco de laranja das processadoras iniciaram a safra em volumes baixos, havendo necessidade de absorver o máximo possível de matéria-prima para evitar uma nova queda significativa na quantidade armazenada ao fim da temporada atual.
Além disso, pesquisadores do Cepea reforçam que a demanda de suco de laranja no mercado internacional está aquecida – sobretudo por parte dos Estados Unidos, que estão com a produção reduzida há anos, devido aos impactos do greening. Cepea
Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN