quinta-feira, setembro 19, 2024

O milho 2ª safra exige cuidados extras do produtor

Data.:

A colheita da soja avança no país com quase 65%, das lavouras colhidas (23/24), no Paraná já ultrapassa os 80%, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. O plantio do milho segunda safra (safrinha) vem ocorrendo dentro da janela, com algumas diferenciações em sua fase de crescimento, apesar dos fatores climáticos atuais, que afetam as operações agrícolas e resultados, o que torna o ciclo do milho safrinha um grande desafio para o produtor e uma importante fonte de renda.
Um bom planejamento de safra com boas práticas de manejo e tratos culturais devem ser observados, com a finalidade de melhores resultados no enfrentamento às adversidades climáticas, que passam por cuidados com o solo, semeadura, adubação, questões nutricionais, entre outros.
A coordenadora de Tecnologia e Nutrição da Belagricola, Letícia Ferreira, orienta, para quem ainda vai plantar, que na fase da semeadura deve-se observar a umidade do solo, já que sementes de milho necessitam absorver aproximadamente 35% de água em relação à sua massa seca para iniciar o processo de germinação. O tratamento de sementes é outro fator a ser observado e sempre que possível optar pelo tratamento industrial.
É necessário também estar atento à regulagem da semeadora. A uniformidade no plantio, com a correta distribuição das sementes (espaçamento) e do fertilizante, evitam plantas duplas e falhas e garantem o bom contato da semente com o solo, semeando na profundidade de 3 a 5 cm, dependendo da textura e umidade. Outro fator é o acompanhamento da emergência apropriada com o controle de pragas e doenças no desenvolvimento do milho.

Ataques de Pragas: percevejo e cigarrinha

Uma vez o stand estabelecido, a atenção deve ser voltada ao ataque de pragas, sendo as principais o percevejo Barriga Verde (Dichelops furcatus e D. melacanthus) e a Cigarrinha do Milho (Dalbulus maidis). E em caso de ataque, o produtor deve solicitar ajuda técnica.
O percevejo Barriga Verde, pela saliva, injeta toxinas na planta que prejudicam o seu sistema de crescimento. Em ataques severos, ocorre a morte da planta, o chamado “coração morto”. Segundo Letícia Ferreira, o período crítico de danos vai desde a emergência da planta até o estádio fenológico V3 (terceira folha completamente desenvolvida, com o “colar” visível). Nesta fase, o controle deve ser realizado quando o produtor encontrar 0,8 percevejos/m², pois este estágio vegetativo da planta é altamente susceptível devido ao menor calibre de colmo, o que permite que o estilete da praga atinja diretamente o ponto de crescimento, aumentando a probabilidade de ocasionar o “coração morto”. Porém, o potencial de danos se estende até o estádio V6 (seis folhas com colar visível).
Outra praga preocupante é a cigarrinha, que contamina a planta do milho com molicutes (microorganismos), que ocasionam o enfezamento pálido (espiroplasma) e o enfezamento vermelho (fitoplasma). Os sintomas que aparecem são lesões necróticas e o enrolamento das folhas evoluindo para o enfraquecimento da planta, deformação e redução do porte na espiga e, em casos severos, a morte da planta. “Como não é possível identificar a campo quais cigarrinhas estão contaminadas com os molicutes, não há um nível de controle seguro para a praga, devendo ser realizado de acordo com a presença do inseto na lavoura. O potencial de dano crítico ocorre desde a emergência até V8, podendo se estender até VT (pré pendoamento)”, explica a técnica da Belagrícola, que orienta associar o controle químico com o biológico, no combate induzindo a resistência da planta, alternativa mais eficaz para manter as pragas abaixo do nível de dano.
A coordenadora de Tecnologia e Nutrição da Belagricola comenta que o controle químico tem uma ação mais rápida, porém com residual menor, já os microrganismos como Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e Isaria fumosorosea são bioinseticidas altamente eficazes no parasitismo das pragas, com potencial de manter a ação por mais tempo na lavoura. “Além disso, podemos lançar mão de produtos que induzem as plantas a se tornarem mais resistentes ao ataque de pragas e doenças, dentre eles estão os fosfitos (de cobre, de manganês, de potássio), compostos salicílicos e alguns aminoácidos que atuam no sistema de defesa das plantas”, complementa Letícia.

Plantas daninhas, manter o controle

As plantas daninhas competem diretamente com a cultura do milho por água, luz e nutrientes e ainda servem de abrigo e refúgio para as pragas que causam danos econômicos. O controle deve ser realizado antes do fechamento das linhas da cultura, com as plantas daninhas e tigueras de soja ainda pequenas, sendo de extrema importância para o estabelecimento da lavoura.
Letícia Ferreira lembra que o potencial produtivo da cultura do milho é definido por volta dos estádios V4 e V5, em razão da diferenciação floral, estágio em que muitas plantações da safrinha devem estar. Nesse período, a planta origina os primórdios do pendão e da espiga, e ocorre a diferenciação de todas as folhas. “Por isso, a adubação de cobertura com nitrogênio deve ser realizada até esse período. Além disso, de acordo com a necessidade, o uso de micronutrientes via foliar também tem demonstrado bons resultados”. (Divulgação)

Foto: Divulgação

spot_img

VEJA TAMBÉM

Arroba do boi gordo atinge maior cotação do ano

As valorizações de todos os cortes com osso levantados...

Café: robusta valoriza 100% no trimestre

Os preços do café robusta seguem renovando os recordes...

Trigo: cotações apresentam pequenas oscilações

Os valores do trigo em grão seguem apresentando pequenas...

Soja: expectativa de maior oferta mundial interrompe altas

 O movimento de alta nos preços da soja foi...

Receba as informações so site diáriamente.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Plantio de mudas em Maringá

Déficit hídrico na cana-de-açúcar supera 1.000 mm nesta safra

Produtividade tem queda de 7,4% no acumulado até agosto...

Copom eleva juros básicos da economia para 10,75% ao ano

A alta recente do dólar e as incertezas em...

Arroba do boi gordo atinge maior cotação do ano

As valorizações de todos os cortes com osso levantados...

Silvio Barros apresenta propostas para Maringá em encontro com empresários da Acim e do Codem

O candidato a prefeito de Maringá, Silvio Barros, acompanhado...

Soja: clima adverso no Brasil contribui para alta dos preços em Chicago – ouça

Ouça a análise do jornalista especializado em agronegócio, Cleber...

Arroz: é preocupante início da safra no Brasil

A liquidez no mercado do arroz em casca no...

Café: robusta valoriza 100% no trimestre

Os preços do café robusta seguem renovando os recordes...