Após analisar os dados do relatório do USDA, o mercado da soja iniciou a semana com uma leve alta comparado a quinta-feira.
Embora os dados do USDA tenham sido considerados baixistas para a soja, devido ao aumento na área de plantio e nos estoques trimestrais, essa tendência já era esperada pelo mercado. Consequentemente, o impacto não foi tão significativo quanto poderia ser.
Atualmente, o mercado da soja enfrenta uma ausência de fundamentos altistas. Mesmo com o aumento da demanda da China, os estoques nos Estados Unidos, Argentina e Brasil permanecerão consideravelmente elevados.
À medida que a colheita avança, é provável que ocorra mais quedas nos preços da soja. Isso é evidenciado pelo Farmer Selling, que é o indicador de vendas dos produtores rurais para os compradores, atualmente está em cerca de 40%, indicando que ainda resta 60% da produção brasileira a ser comercializada.
O Rio Grande do Sul é o estado menos comercializado, com apenas cerca de 15% da produção negociada.
Devido à sua colheita tardia, e que coincide com a da Argentina, pode aumentar ainda mais a pressão sobre os preços devido à grande oferta de soja na américa do sul que estará disponível em abril e junho.
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Por outro lado, um fator altista a ser considerado é o esmagamento de soja.
Atualmente, o óleo de soja registra um aumento de 1% nas cotações, e há expectativas de um crescimento na produção desse óleo em cerca de 24% nos próximos três anos nos Estados Unidos, principalmente para uso no biodiesel.
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Contudo, é importante lembrar o impacto do aumento na produção de óleo de soja sobre a oferta de farelo, que pode aumentar muito conforme o esmagamento, e exercer pressão negativa sobre os preços da soja.
Esse é o momento de aproveitar oportunidades para compra de alguns fertilizantes que estão em cotações abaixo das medias, e realizar vendas conforme as necessidades. (Filipe Soares)
Foto: photodune