O mercado da soja opera com estabilidade nesta sexta-feira (05) na Bolsa de Chicago. Os principais contratos estavam sendo negociados entre US$ 11,79 a US$ 11,99 o bushel. Ontem, o mercado da soja também encerrou suas operações próximo à estabilidade, com uma ligeira queda de aproximadamente 0,20% nos contratos de maio, abril e agosto.
De acordo com o analista da AgroSoares do Canal do Agro, Filipe Soares, a falta de firmeza da soja decorreu principalmente do fraco volume de vendas nos Estados Unidos, onde apenas 194 mil toneladas foram vendidas na última semana, abaixo das expectativas do mercado.
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Este cenário contribui para uma pressão de baixa, especialmente em Chicago, indicando uma comercialização mais lenta por parte dos produtores americanos e um potencial aumento do volume de oferta de soja no mercado.
Nos Estados Unidos:
Cerca de 60% da soja produzida na ultima safra permanece sem vender.
Com a aproximação do plantio da nova safra por lá, as expectativas de aumento de área e um clima propício para uma produtividade robusta reforçam a dificuldade de sustentar os preços da soja em alta na Bolsa de Chicago.
Soja no Brasil:
Por outro lado, no Brasil, observamos uma melhora significativa nos preços da soja em comparação ao mês anterior. Em Paranaguá, por exemplo, o preço da soja subiu de R$ 119,00 para R$ 125,00 por saca entre 1º de março e 1º de abril, representando um aumento de R$ 6,00 por saca. Apesar das flutuações nas cotações mensais, esse aumento é bastante atrativo para os produtores brasileiros.
Desafios na Demanda Chinesa:
Embora o Brasil seja o principal vendedor de soja e continue sendo o mais atrativo para o mercado global, a falta de demanda da China é evidente. Os baixos volumes de embarques de soja dos Estados Unidos em março e a redução nas exportações brasileiras em comparação com o ano anterior refletem essa realidade. Estima-se que as exportações brasileiras de soja em abril deste ano sejam cerca de 600 mil toneladas menores do que em abril de 2023.
Perspectivas Futuras:
Todos esses dados e eventos confirmam que, apesar da melhoria dos negócios no mercado físico, os produtores brasileiros permanecem cautelosos nas vendas. Com apenas 40% da safra 23/24 vendida, ainda há cerca de 87 milhões de toneladas a serem comercializadas. É crucial que os produtores estejam cientes de que, quando precisarem liberar espaço nos silos para o milho ou cobrir os custos da próxima safra, a oferta de soja no mercado aumentará significativamente, o que pode resultar em quedas nos preços.
Esmagamento :
Embora o esmagamento de soja nos Estados Unidos e no Brasil esteja muito bom, é difícil que seja suficiente para gerar movimentos significativos de alta nos preços.
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Estratégias Adicionais para Produtores: Oportunidades de Proteção de Custos
Além de considerar a comercialização da safra, é crucial que o produtor aproveite o momento atual para gerenciar os custos, especialmente em relação aos fertilizantes. Atualmente, a média nacional de barter do KCL está em 14,5 sacas para comprar uma tonelada, registrando a menor relação em cinco anos.
No caso do MAP, a relação é de 26 sacas para comprar uma tonelada, a maior em três anos.
Foto: photodune