Os trabalhos de assistência técnica, pesquisa e defesa agropecuária são fundamentais para fomentar a fruticultura no Paraná. O assunto foi debatido nesta semana, na primeira reunião do ano da Câmara Técnica da Cadeia Produtiva da Uva do Estado do Paraná, que aconteceu por videoconferência. A Câmara é ligada ao Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Cedraf) e reúne representantes da Seab, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar – Emater (IDR-Paraná) e do setor produtivo.
O objetivo do grupo, criado oficialmente no final de 2022, é discutir temas como o uso correto de herbicidas hormonais e a proteção de culturas sensíveis, sustentabilidade financeira dos produtores e parcerias para promover a produção de uvas. “A Câmara trabalha pelo desenvolvimento, integração do setor e pela qualidade dos produtos paranaenses”, explica o engenheiro agrônomo do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável Ronei Andretta, secretário da Câmara e coordenador do programa de Revitalização da Viticultura Paranaense – Revitis.
O Revitis, criado em 2019, é uma importante ferramenta de apoio do Estado à cadeia da uva. O Programa já destinou R$ 7,23 milhões a 382 produtores de 28 municípios. As ações incluem capacitação, eventos, pesquisa, assistência técnica e apoio para renovação e implantação de novos pomares. O Estado tem aproximadamente 2 mil produtores de uva.
DERIVA – Um dos principais pontos levantados pela Câmara Técnica é o uso adequado de tecnologias na aplicação de agrotóxicos, para evitar prejuízos em culturas sensíveis em função da má aplicação ou da deriva. Deriva é a denominação para o desvio das gotas durante a aplicação de produtos químicos, fazendo com que, pela força do vento, se espalhem em direções indesejáveis. Os reflexos mais sérios são observados nas cadeias da sericicultura, fruticultura, particularmente a uva, cultivos orgânicos e apicultura, em razão da coexistência no mesmo ambiente geográfico com culturas como cana-de-açúcar, soja e milho.
No encontro, o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Renato Rezende Young Blood, apresentou as ações de combate à má aplicação e à deriva de agrotóxicos. No ano passado, a Agência realizou a Operação Agro+ nos municípios de Astorga, Marialva e Nova Esperança, para inspecionar pulverizadores em propriedades rurais. A ação, de caráter educativo e preventivo, promoveu a manutenção correta dos equipamentos utilizados nas lavouras, preconizando as boas práticas agrícolas.
“Com essa ação mais incisiva, temos conseguido melhorar o cenário, mas precisamos investir nas ações educativas e de capacitação dos produtores”, apontou. Marialva é conhecida como Capital da Uva Fina do Paraná e lidera a produção. De acordo com os dados mais recentes do Deral, a fruta rendeu R$ 70,3 milhões ao município em 2022.
PRESENÇAS – Também participaram da reunião o agrônomo e consultor em Viticultura José Luiz Marcon Filho, presidente da Câmara Técnica; o engenheiro agrônomo do Deral Paulo Andrade; o coordenador estadual de Fruticultura do IDR-Paraná, Eduardo Augustinho; o extensionista do IDR-Paraná Rogério Almeida e a pesquisadora do IDR-Paraná Alessandra Maria Detoni, do polo de Pesquisa e Inovação de Santa Tereza do Oeste. (Adapar)
Foto: Ari Dias/AEN