sábado, novembro 23, 2024

Colheita do milho atinge 6% no PR

Data.:

Conforme o último boletim divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), a colheita do milho segunda safra chegou a 6% da área cultivada no estado. De acordo com técnicos do Deral, as condições do clima ainda não têm se mostrado favoráveis à colheita, devido à umidade nos grãos. Até o momento, as lavouras encontram-se 58% em maturação e 42% ainda em frutificação. O percentual já colhido representa aproximadamente 145 mil hectares, de um total estimado em 2,4 milhões de hectares para esta safra. Sobre as condições das lavouras, os técnicos avaliam 82% como em boas condições, 15% das lavouras em médias condições e 3% sendo classificadas como ruins. 

Segundo o boletim, na região Norte do Paraná, as áreas estão em fase de frutificação avançando para maturação, com bom vigor e controle adequado de pragas e doenças, com a maior parte da produção devendo ser colhida no próximo mês. Nas regiões Sudoeste, Oeste e Centro-Oeste, a colheita avançou de forma lenta, sendo necessário reduzir a umidade dos grãos, mas os técnicos seguem otimistas em relação à produtividade, esperando que seja melhor do que o previsto inicialmente. No Noroeste, a colheita apresenta ritmo lento, com rendimentos médios por hectare abaixo do estimado. Já na região Sul, a colheita havia chegado a iniciar, mas foi paralisada devido às condições climáticas.

Paraná Baixo

O engenheiro agrônomo Rodrigo Rombaldi, supervisor técnico da Cocari na chamada região Paraná Baixo, destaca como tem sido o desenvolvimento das lavouras. “De maneira geral, a região do Paraná Baixo está bem promissora. A maioria das lavouras apresenta boas condições, com expectativa de altas produtividades. Apenas os plantios mais atrasados sofreram um pouco com a estiagem”, disse. 

Rombaldi ressalta que o forte do plantio teve início em meados de fevereiro, sendo favorecido pelo clima. “As chuvas constantes auxiliaram no arranque inicial. Os controles de pragas foram realizados e tivemos um bom desenvolvimento até o pendoamento na maioria das áreas. Poucos híbridos menos tolerantes à cigarrinha tiveram sintomas de enfezamento, resultando em uma lavoura bem desenvolvida até a fase reprodutiva. A escolha de híbridos tolerantes foi fator determinante para o sucesso até aqui”, comentou.

O supervisor fala sobre as expectativas para este ciclo, transmitindo orientações aos cooperados. “Apesar da diminuição das áreas de plantio de milho nesta safra, esperamos ter boas médias de produtividade, entregando muito dentro do esperado. Até agora, tudo aponta para uma safra cheia”, frisou. “Neste momento, o produtor precisa ter cuidado em relação à umidade do grão para não colher com ela muito alta nem muito baixa, buscando melhor aproveitamento da produção. Outra recomendação é se atentar aos períodos chuvosos, evitando colher com o solo muito molhado, já se preparando para o manejo de plantas daninhas porque sabemos que a buva tem como característica emergir nessa época mais fria e chuvosa”, ressaltou. 

Paraná Alto

Douglas Mendonça Lange, consultor da Cocari na região do Paraná Alto, salienta que o clima foi favorável durante a safra nas áreas locais, com exceção do início do plantio. “Tivemos dificuldades no começo porque o produtor iniciou os plantios com a janela estrangulada, solo úmido, com lavouras apresentando falhas. Porém, em contrapartida, a maior preocupação era o complexo de CMV (enfezamentos e viroses) transmitido pela cigarrinha, mas isso não foi um problema sem solução como em outras safras, e a população da cigarrinha foi reduzida, com o clima estável e chuvas recorrentes durante o ciclo até o momento. Com isso, o produtor tem boas expectativas quanto à produção”, disse. 

O engenheiro agrônomo comenta que esse atraso no plantio pode impactar nos resultados, mas os trabalhos estão no início e a esperança segue positiva para o decorrer da colheita. “A produção pode ser afetada pela fase de plantio, pois o atraso foi crítico e um fator limitante para o milho segunda safra. Algumas áreas já colhidas na região demonstram uma produção de 85 sc/ha, sendo que as expectativas eram de, no mínimo, 100 sc/ha, mas ainda estamos no início da colheita e teremos melhores áreas a serem colhidas nas próximas semanas”, relatou. “No momento, o produtor está preocupado com os preços, pois os custos foram elevados. Outra preocupação são fatores climáticos em relação a vendavais, como a passagem de um forte vento no dia 12 de julho, que assustou os produtores da região, mas sem causar estragos de grande monta nas áreas de milho”, afirmou o consultor técnico. 

De acordo com o boletim do Deral, no cenário internacional, o preço do milho apresentou valorização no período, com alta acumulada superior a 9%, possivelmente reflexo do rompimento do acordo de escoamento de grãos entre Rússia e Ucrânia. O boletim reforça que o acordo permitiu a exportação de mais de 30 milhões de toneladas de alimentos até agora, principalmente milho e trigo. Já no acumulado do mês, os preços permaneceram estáveis, com leve queda na comparação com o fechamento de junho.

Cerrado

Na última segunda-feira (24), a consultoria AgRural divulgou dados sobre a colheita de milho segunda safra na região Centro-Sul do Brasil, indicando que já havia alcançado 47% da área cultivada até o dia 20 de julho. O índice representa um avanço de 11 pontos percentuais em relação ao registrado na semana anterior, mas ainda expressando atraso em relação aos 62% observados há um ano. De acordo com a consultoria, mais uma vez, o ritmo dos trabalhos vem sendo puxado pelos estados do Mato Grosso e Goiás, nos quais o tempo mais seco tem favorecido a perda de umidade dos grãos e a entrada das máquinas em campo.

O supervisor técnico da Cocari em Goiás, Thiago Guerra, destaca as condições das lavouras até o momento. “As lavouras de milho safrinha tiveram um bom desenvolvimento. As condições climáticas foram favoráveis para o desenvolvimento da cultura, algumas áreas com mais pressão de cigarrinha, mas as previsões de produtividade são muito boas com as primeiras áreas de colheita ficando acima de 120 sc/ha de milho”, disse. 

Em Minas Gerais, a colheita do milho vem avançando, com algumas regiões já finalizando os trabalhos e registrando crescimento na produtividade em relação à safra passada. Segundo Fábio Salles Meirelles Filho, presidente da Aprosoja MG, as regiões que já finalizaram a colheita alcançaram média de 80 sc/ha. Já aquelas que estão na reta final, devem produzir 65 sc/ha. Com isso, a expectativa é de superar em 40 ou 50% o registrado na safra 2022.

Daniel dos Reis Lemes, supervisor técnico da Cocari em Minas Gerais, comenta sobre o desenvolvimento dos trabalhos. “Este ano, na safra de inverno, foi um pouco mais atípico, com uma safra melhor e mesmo que o clima tenha influenciado um pouco, não foi como os em outros anos que tivemos perda total de produção. O clima não foi totalmente adequado, mas em geral teremos uma safra animadora comparada aos anos anteriores”, frisou. “A expectativa na região é de que tenhamos uma média geral de 80 a 100 sc/h. Com os custos de produção em alta e os preços dos cereais em baixa, não teremos uma lucratividade desejável, mas o produtor terá uma palhada na cultura sequente”, disse. 

O supervisor reforça as orientações aos cooperados. “As lavouras nesse momento estão em fase final de maturação, com as colheitas devendo se iniciar dentro dos próximos 30 dias. Os produtores estão bem otimistas com as produções, embora os preços do cereal estejam muito baixos. É importante que os produtores tenham muita cautela com incêndios nas lavouras, que são bem frequentes na época de colheita, chegando a destruir parcialmente ou totalmente as lavouras afetadas”, complementou. 

Safra de trigo na região dos Campos Gerais, no Paraná

Na região paranaense dos Campos Gerais, os cooperados investem na produção de trigo. Segundo o boletim do Deral, o Paraná segue atendendo majoritariamente o mercado interno. Neste último semestre, as exportações somaram 178 mil toneladas. Já as importações registraram 175 mil toneladas, trazendo equilíbrio à balança comercial para atender necessidades específicas dos moinhos. A colheita desta safra deve se intensificar somente em setembro, sendo impulsionada pelos trabalhos no Paraná, com potencial para manter os números de exportação altos, bem como reduzir mais os volumes importados. 

O supervisor técnico da Cocari nos Campos Gerais, Alison Júnior Fabri, ressalta que o desenvolvimento das lavouras está ótimo, com o clima favorecendo e a expectativa é de safra cheia. Ele destaca alguns cuidados que os cooperados precisam ter neste momento. “O clima na região está propício para o desenvolvimento da cultura, está chovendo e frio. Os produtores que conseguiram aplicar adubação de cobertura tiveram um aproveitamento de praticamente 100%, não teve nada de perda por volatilização principalmente em relação ao nitrogênio que jogaram por cobertura”, frisou.

“Agora com esse frio, para o pessoal que plantou um pouco mais tarde, o trigo perfilhou bem e neste momento é preciso tomar cuidado porque vindo a chuva, com o nitrogênio tendo sido aplicado na hora certa, pode ocasionar perda por acamamento de plantas, em alguns casos sendo necessário o uso de reguladores de crescimento”, salientou. 

Conforme Fabri destaca, há pouco tempo, o trigo recém-plantado havia sofrido um pouco com a seca, mas na sequência começou a chover e o desenvolvimento da cultura está excelente. “Agora, nos próximos dias, o produtor precisa tomar cuidado com o timing de aplicação para realizar no momento correto. É necessário ainda ter uma atenção especial em relação a doenças que podem surgir, como oídio e manchas foliares, realizando o manejo preventivo com fungicidas. A Cocari disponibiliza os melhores produtos para o controle das doenças, fale com o seu consultor técnico ”, recomendou. (Cocari)

Foto: Cleber França

spot_img

VEJA TAMBÉM

Boi gordo: cotações seguem em alta

O movimento de alta nos preços da pecuária segue...

Mapa rechaça declaração do CEO do Carrefour sobre carnes produzidas no Mercosul

Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reitera a qualidade...

Queimadas na cana-de-açúcar: dicas para recuperar o solo

Especialista recomenda uso de fertilizantes organominerais com nutrientes e...

Arroz: cotações têm maior queda em meses

Levantamento do Cepea mostra que os preços do arroz...

Receba as informações so site diáriamente.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

SRM emite nota de indignação a declaração de CEO do Carrefour

A Sociedade Rural de Maringá (SRM) expressa sua indignação...

Exportações de suínos batem novo recorde

Pelo segundo mês consecutivo, em outubro o Paraná estabeleceu...

Produção de batatas é estimada maior no PR

A batata é a primeira cultura de verão a...

Cevada: colheita é finalizada no Paraná com produção 8% maior

O cereal foi cultivado em 78 mil hectares do...

Produtos agropecuários tiveram alta de 5,5% em outubro

O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de...

Tahiti tem queda de 7% na semana

Os preços da lima tahiti seguem em queda, de...

Frango: competitividade frente à carne suína é a maior desde 2020

Levantamentos do Cepea mostram que a competividade da carne...

Boi gordo: cotações seguem em alta

O movimento de alta nos preços da pecuária segue...