A fruta pode ter dimensões pequenas e pesa cerca de 6 gramas (com casca), contudo, é riquíssima em benefícios para a saúde. Em sua composição, estão presentes, em grande quantidade, zinco, selênio, magnésio e as vitaminas B e E. Também são encontrados carotenos e fitoestrogênios. Estamos falando da noz pecã, que tem o Brasil como seu quarto produtor mundial, sendo o Estado do Rio Grande do Sul detentor de 80% desta produção, ficando atrás da África do Sul, México e Estados Unidos.
Karion Minussi, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), destaca que quase toda a produção do país é consumida internamente. “Estimamos que a produção, hoje, seja entre 5 mil e 6,5 mil toneladas de pecã, das quais, entre 4 mil e 5,5 mil toneladas são absorvidas pelo mercado interno”, afirma. O restante, vai para um recente, e em crescimento, mercado exportador. Para o dirigente, há espaço para o aumento do consumo interno e o objetivo é dobrar o tamanho. Como ilustração, ele conta que o consumo anual de noz pecã por um brasileiro é, hoje, 5% do que o de um norte-americano.
Produtor no município de Glorinha (RS), Karion Minussi é consumidor diário daquilo que planta e defende as propriedades nutricionais da fruta. Uma das principais características da noz pecã, como oleaginosa, é a presença de óleos redutores do colesterol ruim: oleico e linoleico. “Sou um exemplo disso. Acabo de fazer minha verificação e meu colesterol está dentro dos limites desejados. Sou pecanicultor e acredito naquilo que planto”, afirma Minussi. Ele também faz referência a um estudo da Deakin University, da Austrália, publicado em 2021 na BMC Gereatrics, que mostra que a ingestão moderada da fruta pode ajudar a aumentar o desempenho cognitivo entre idosos.
As duas propriedades que o dirigente mantém, com mais dois sócios, fornecem pecã majoritariamente para tortarias e docerias (70%), pizzarias e restaurantes (10%) e uma pequena parte vai para distribuidores da fruta in natura. “O Brasil tem entre 6,5 mil e 7,5 mil hectares plantados e produzindo”, destaca Karion Minussi. O vice-presidente do IBPecan ressalta que há alguns pomares que ainda não estão produzindo, a exemplo de parte dos seus. Para ele, a ampliação da gama de aplicações para a pecã ajuda a projetar a margem de crescimento que o país ainda tem para a produção. “Aqui no Rio Grande do Sul, temos empresas pioneiras como a que produz o Pecanttone, alfajor com pecã, cosméticos, cremes, gel, sabonete com pecã…”, exemplifica.
A industrialização da noz pecã é uma saída que agrega valor em relação ao produto com casca. André Cassol produz na cidade de Santa Maria (RS) e conta que o produto saborizado, por exemplo, pode chegar a R$ 100 ou R$ 120 o quilo de preço de venda. Nos últimos dois anos, o produtor afirma que tem dado preferência para a noz descascada. Ele contabiliza que, com um bom rendimento, consegue 5 quilos de noz descascada ao processar 10 quilos da noz com casca. “Hoje você conseguiria vender a R$ 60,00 o quilo da noz descascada”, afirma o produtor, lembrando que a diferença para o valor do quilo da noz com casca, R$ 16,00 não é direta, pois incidem os custos de produção, impostos e embalagens. Ao invés de vender toda a sua produção de uma vez, Cassol tem uma estratégia diferente e que fideliza a clientela. “São clientes que têm um consumo recorrente, mês a mês. Dá mais mão de obra, mas vale a pena”, celebra o produtor. (Divulgação)
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