quarta-feira, dezembro 4, 2024

Cotação do arroz recuou 13,95% em novembro

Data.:

O Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) acumulou forte queda de 13,95% em novembro, encerrando o mês a R$ 102,23/saca de 50 kg. A média mensal, de R$ 111,66/sc, ficou 6,39% menor que a de outubro/24 e 1,94% inferior à de novembro/23, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de novembro/24). Pesquisadores do Cepea explicam que o movimento de baixa é considerado atípico para este período de entressafra, quando a menor disponibilidade de cereais, historicamente, sustenta os valores. Segundo o Centro de Pesquisas, a comercialização envolvendo arroz em casca no mercado spot do Rio Grande do Sul continua lenta. 

Produtores têm resistido aos preços oferecidos pelas indústrias, apostando em recuperação nas próximas semanas. Já a demanda está limitada, com compradores locais mostrando pouco interesse em adquirir o produto e/ou optando por ofertas mais baixas envolvendo sobretudo o cereal depositado e a prazos de pagamento alongados, ainda conforme pesquisas do Cepea. 

Produção – No Brasil é uma das mais importantes culturas para a agricultura nacional, destacando o país como um dos maiores produtores e exportadores desse cereal no mundo. O arroz é um alimento básico para milhões de brasileiros, além de ser essencial para a segurança alimentar global. O cultivo desse grão no Brasil tem se expandido ao longo dos anos, adaptando-se a diferentes tipos de clima e solos, o que permite uma produção em larga escala, especialmente nas regiões do Sul e Centro-Oeste.

A principal região produtora de arroz no Brasil é o Rio Grande do Sul, que concentra aproximadamente 70% da produção nacional. Além do Sul, estados como Mato Grosso e Santa Catarina também se destacam na produção do cereal. O clima subtropical e a presença de solos alagadiços são ideais para o cultivo do arroz, que exige bastante água para se desenvolver adequadamente. O processo de cultivo no Brasil é altamente mecanizado, o que permite ganhos de produtividade e uma colheita mais eficiente.

O ciclo de produção do arroz envolve várias etapas, começando pelo preparo do solo, que pode ser irrigado ou de sequeiro, dependendo das condições da região. A semeadura é feita normalmente no início da estação das chuvas, garantindo que as plantas recebam a quantidade necessária de água para o seu crescimento. Após a germinação, o arroz entra em um estágio de desenvolvimento intenso, com a formação de cachos e grãos, que são colhidos entre os meses de janeiro e abril.

Após a colheita, o arroz passa por processos de secagem e beneficiamento. A secagem é uma etapa crucial, pois os grãos precisam atingir a umidade ideal para garantir sua conservação e evitar perdas durante o armazenamento. O beneficiamento envolve a remoção da casca, resultando no arroz branco, que é o produto final para o consumo. O arroz também pode ser comercializado na forma integral, sem passar por todo o processo de polimento.

O Brasil tem investido em tecnologias avançadas para aumentar a produtividade e a qualidade do arroz, como o uso de sementes geneticamente modificadas e técnicas de manejo que buscam otimizar o uso de água e insumos. A agricultura de precisão, que utiliza tecnologias como sensores e drones para monitoramento das lavouras, também tem se tornado cada vez mais presente nas lavouras de arroz, permitindo o controle mais eficiente da irrigação e da aplicação de fertilizantes.

Outro ponto relevante é o aumento da produção de arroz orgânico no Brasil. Com o crescimento da demanda por alimentos livres de agrotóxicos, muitas propriedades rurais têm se adaptado a práticas mais sustentáveis de cultivo. Isso tem garantido um nicho de mercado cada vez mais importante, especialmente para exportação para países que buscam alimentos orgânicos.

Apesar dos avanços, a produção de arroz no Brasil enfrenta desafios, como a oscilação nos preços internacionais e as questões ambientais relacionadas ao uso de água. A agricultura de arroz exige uma grande quantidade de recursos hídricos, o que levanta preocupações sobre o impacto no meio ambiente e a gestão eficiente dos recursos naturais. Entretanto, muitos produtores têm adotado práticas de irrigação sustentável e sistemas de drenagem que minimizam os danos ambientais.

O Brasil, como um dos maiores exportadores de arroz, tem seu mercado voltado para países da América Latina, Caribe, África e Oriente Médio. Além disso, o arroz brasileiro também é consumido internamente em grandes quantidades, sendo um dos principais alimentos da dieta do povo brasileiro, presente em praticamente todas as refeições.

Em resumo, a produção de arroz no Brasil é essencial para a economia nacional e para o abastecimento global. A busca por inovação tecnológica, a sustentabilidade na produção e o aumento da eficiência no uso dos recursos naturais são aspectos que têm impulsionado o setor, garantindo que o Brasil continue sendo uma referência mundial no cultivo de arroz. (com Cepea)

Foto: Mapa

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