quinta-feira, fevereiro 20, 2025

Efeitos do calor no rebanho bovino vão além do desconforto

Oferta de água de qualidade e suplementação nutricional correta ajudam a minimizar impactos no desempenho dos animais

O prognóstico agroclimático do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) para o período de fevereiro a abril de 2025 aponta para temperaturas acima da média histórica em praticamente todo o Brasil, evidenciando um cenário de calor intenso. Esse panorama reforça a importância da qualidade da água consumida pelos bovinos, especialmente diante de ondas de calor que impactam a hidratação e o bem-estar dos animais.

“A água é um fator produtivo, assim como a genética dos animais, a nutrição e o manejo de pastagem; e isso interfere no resultado dentro da propriedade”, resume o zootecnista e diretor técnico industrial da Connan, Bruno Marson. Ele ainda explica que o animal pode perder 100% da sua gordura corporal e até 50% do seu tecido muscular, mas se perder de 10 a 12% da água do seu corpo, o resultado é fatal.

E é importante frisar: não pode ser “qualquer” água. “Quando é disponibilizado um bebedouro com água boa e um lago com água que está contaminada por fezes – dos próprios animais – o bovino consegue perceber a presença de dejetos na água na concentração de 50 g por litro de água. Eles, então, preferem consumir a água do bebedouro, que é uma água de melhor qualidade”, diz.

Outro ponto-chave é a localização do bebedouro para garantir o consumo adequado, no caso da área de pastagem. O animal que caminha demais para chegar na fonte de água, conta Marson, tende a ter um desempenho também menor. “Depois de 500 metros de caminhada, a cada quilômetro a mais que o animal percorrer num terreno plano, ele vai perder ou deixar de ganhar 40 gramas no seu ganho médio diário. Se esse terreno for ondulado, essa queda de desempenho chega até aproximadamente 53 gramas a menos no ganho médio diário (GMD).”

Essa perda fica ainda mais proeminente quanto mais o terreno é ondulado. Nesse caso, a perda de peso chega a ser a 60 gramas a menos do seu GMD. “Sempre que possível, busque instalar bebedouros para os animais dentro do seu sistema de produção e claro, dentro de uma viabilidade, mantendo uma frequência de limpeza bem estabelecida”, complementa o zootecnista.

No caso do confinamento, quando a única fonte de água é do bebedouro, o foco é a limpeza (no mínimo, duas vezes por semana). Isso porque a dieta é mais farelada e a lotação é muito maior, logo, essa água tende a se sujar muito rápido dentro desse sistema.
E a importância do consumo de água de boa qualidade ainda vai além: também está relacionada ao consumo de matéria seca dos animais, ou seja, ao consumo de pasto, do suplemento e da ração. Conforme afirma Marson, se o animal consome menos água, menor também vai ser o consumo do pasto e o desempenho desses animais. “É primordial fazer a suplementação correta de cada categoria para que consigamos manter o desempenho dos animais num bom nível”, finaliza o zootecnista. (Divulgação)

Foto: Divulgação Connan

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