Começa hoje a 4ª Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Jura) – “Defender a Vida, combater o Agronegócio”. O evento, que gerou diversas manifestações de repúdio do setor agro paranaense, prossegue até sábado (14) nas dependências da Universidade Estadual de Maringá (UEM) – Bloco B33. Segundo a organização, o evento propõe reflexões e debates sobre os impactos do agronegócio e a importância da reforma agrária popular no Brasil.
A programação da JURA, de acordo com publicação no site da Seção Sindical dos Docentes da UEM (Sesduem), conta com atividades organizadas em parceria com a SESDUEM, o ANDES-SN, o Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH), os Departamentos de História (DHI) e Geografia (DGE), a Escola Milton Santos de Agroecologia e diversos movimentos sociais.
Um dos primeiros a se manifestar, o Sistema Faep emitiu a seguinte nota: Sistema FAEP repudia a IV Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Jura), que será realizada na Universidade Estadual de Maringá (UEM), nos dias 12, 13 e 14 de junho. De acordo com a programação divulgada pelos organizadores, o evento tem como tema “Defender a vida, combater o agronegócio”, propondo reflexões sobre a importância da reforma agrária popular no Brasil. Entre os palestrantes, estão inúmeros integrantes e ex-integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
“Não podemos aceitar que uma universidade pública seja utilizada para atacar um dos setores que mais contribuem com a economia do país e que mais geram emprego e renda. Além disso, esse evento faz apologia a um movimento que realiza invasões de terras e que leva insegurança ao campo”, ressalta o presidente do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “Nunca vamos aceitar eventos deste tipo e sempre estaremos de prontidão para defender nossos produtores rurais. Sempre seremos combativos em prol dos interesses do nosso setor agropecuário”, complementa.
A Sociedade Rural de Maringá também se posicionou:
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Assim como Associação Maringaense dos Engenheiros Agrônomos (AMEA):

Até o Centro de Ciências Agrárias (CCA/UEM):

Posicionamento organização Jura: “A Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Jura) é um evento de caráter nacional, realizado desde 2013 em diversos campi universitários brasileiros. Seu objetivo é integrar estudantes, professores, técnicos, representantes de movimentos sociais e do poder público no debate e promoção da Reforma Agrária Popular no Brasil, além de fomentar formas de produção no campo que sejam sustentáveis, justas e baseadas em princípios agroecológicos.
Na UEM, esta será a 4ª edição da Jura. O evento é institucional, aprovado pelos conselhos competentes, e organizado coletivamente por docentes, estudantes e técnicos de diferentes departamentos da Universidade Estadual de Maringá — entre eles, Educação, Geografia, História e o Mestrado em Agroecologia —, além do Centro de Ciências Humanas (CCH) e da Pró-Reitoria de Ensino (PEN). Conta também com o apoio de entidades externas, como a Seção Sindical dos Docentes da UEM (Sesduem), o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Escola Milton Santos de Agroecologia.
O tema nacional da Jura 2025 — “Defender a Vida, combater o Agronegócio” — foi promovido em diversas universidades, como USP, Unicamp, Unesp, UERJ e UFPA. Ele representa uma crítica ao modelo dominante de produção agrícola no Brasil, que tem gerado impactos sociais e ambientais. A escolha do tema reflete o direito à livre expressão e ao debate acadêmico, pilares fundamentais do ambiente universitário. Esclarecemos que essa crítica não se dirige ao agricultor familiar, ao pequeno produtor ou ao setor agrícola como um todo, mas sim ao modelo do agronegócio baseado na concentração de terras, no uso indiscriminado de agrotóxicos, no envenenamento do solo, da água e dos alimentos, na destruição ambiental e nas ameaças às formas de vida no campo.
A Jura, como iniciativa universitária comprometida com a transformação social, busca justamente alertar a sociedade para os impactos sociais, ambientais e econômicos desse modelo e, ao mesmo tempo, apresentar e fortalecer alternativas baseadas na reforma agrária popular, na agroecologia e na soberania alimentar. Na UEM, reconhecemos que existem pesquisas vinculadas ao agronegócio, mas destacamos que há também uma produção acadêmica significativa, desenvolvida por docentes de diversas áreas, que questiona essa lógica e contribui ativamente para a construção de alternativas mais justas, sustentáveis e solidárias.
Reafirmamos, portanto, que a Jura é uma ação construída com base em uma concepção política clara, que convoca a universidade, em diálogo com os movimentos sociais e camponeses, a se comprometer com a construção de um projeto de produção no campo que defenda a vida em todas as suas dimensões, enfrente as desigualdades históricas e promova a justiça social e ambiental. Organização da 4ª Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária
Defender a Vida, Combater o Agronegócio“
Posicionamento UEM: O departamento de jornalismo do Canal do Agro entrou em contato com a assessoria de imprensa da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a reposta foi a seguinte: “A respeito do evento sobre a reforma agrária que acontecerá na UEM, a reitoria manifesta o apoio ao centro de ciências agrárias e ao setor do agronegócio, tão importante ao desenvolvimento social e econômico do nosso Estado, e que emprega muitos profissionais formados pela UEM.
Quanto a diversidade dos saberes e a discussão de temas importantes para a comunidade, não concordarmos com os termos utilizados na divulgação deste evento, pois não passou pela aprovação da nossa assessoria de comunicação nem pela reitoria”. Segue link com vídeo produzido pelo reitor da UEM, Leandro Vanalli.
https://www.instagram.com/reel/DKu0UIgvm7j/?igsh=MTBlOTJzMml0ZGthNQ==
Fotos: Divulgação