terça-feira, abril 15, 2025

Hoje é o “Dia Nacional da Conservação de Solo”

O dia 15 de abril foi estabelecido pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) como o Dia Nacional da Conservação do Solo, uma data que visa aumentar a atenção sobre a importância de preservar a saúde deste que é o maior bem do produtor e essencial para a subsistência humana.

“O solo é onde a vida se encontra. Essa vida é a chave da fertilidade, que sustenta a produção agrícola e, por extensão, a alimentação de todos os seres vivos,” descreve o professor e pesquisador Ricardo Ralish.

Para outro pesquisador especializado em solo, o professor Telmo Amado, o solo é vivo e dinâmico. “Ele ameniza secas, excesso de chuva e é essencial para a segurança alimentar e o equilíbrio do meio ambiente. Cuidar dele é um dever de todos,” sustenta.

Cuidados que resultam em aumento de produtividade

Quando o solo recebe os cuidados necessários, os resultados aparecem de diversas formas, passando pela resistência aos extremos climáticos, chegando ao bolso do produtor, com significativo aumento da produtividade.

Os produtores Luiz Eduardo Rico, da Fazenda Paraná, e Salvador Rico Filho, da Fazenda Tangará — ambas localizadas no Distrito de Irerê, em Londrina/PR — são exemplos de como o solo responde aos devidos cuidados agrícolas.

Em 12 hectares da propriedade, Luiz Eduardo intensificou, nos últimos dois anos, o programa Construção do Perfil do Solo, desenvolvido há mais de 10 anos pela Belagrícola – empresa sediada em Londrina e com atuação nos estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina. O produtor conta que no primeiro ano, a produção cresceu 20% e no segundo, o resultado foi de 25%.

Nos 44 hectares da Fazenda Tangará, os resultados foram parecidos. A cobertura verde ajudou na qualidade das plantas e mesmo com a estiagem, a tolerância à deficiência hídrica foi importante na manutenção da produção.

Adão De Pauli, da fazenda Guarita, em Paiquerê, Distrito de Londrina, trabalha o solo há algum tempo. No último ano, comprovou, com ajuda de dados e planilhas, resultado financeiro em 131 hectares da propriedade.

Em dois talhões fez análise de solo, adubação verde com plantas de cobertura, calagem e mesmo tendo perdido plantas com pancadas de chuva que ocorreram, teve uma produtividade boa. Ele está plantando trigo e um mix de cobertura e ampliando a área de CPS em outros talhões na fazenda.

Conhecimento e tecnologia

 Para Marcel Romanini Fontana, agrônomo e consultor da Belagrícola, a realidade destes produtores só reforça a importância do programa, que vem amadurecendo a cada ano e que associa conhecimento e tecnologia, passando por levantamento de dados adequado, diagnósticos, laboratórios de qualidade para análise de solo e planta, compilação de resultados em plataformas digitais, o que leva a melhor tomada de decisão e otimização de recursos.

Quem está iniciando com o programa, também já nota diferença. Na propriedade do produtor Eduardo Martins, na região de Alvorada do Sul (PR), 2024 foi o primeiro ano em que foi feito o manejo de cobertura em área solteira.  Segundo o produtor, a soja plantada, comparada às áreas vizinhas, sofreu menos, teve maior resiliência ao estresse hídrico da região e menos incidência de pragas.

“Para a safra 25/25 não vou plantar milho. Decidi fazer cobertura vegetal em toda a propriedade, utilizando Mix de plantas de cobertura, Brachiária Ruzizienses e também a piatã.”, diz Eduardo Martins. O consultor da Belagrícola, Leonardo Gabriel Sales, que atende o produtor, comenta que o incentivo ao cuidado com o solo, entre outras coisas, mantém a biodiversidade e possibilita à planta suportar mais as adversidades climáticas que vivemos.

Benefícios que vão além da produtividade

O agrônomo Alexandre Yamamoto, coordenador do programa Construção do Perfil do Solo da Belagricola, destaca os seguintes benefícios constatados nas áreas de culturas de soja, trigo e milho, em que foi implantado:

– Aumento de produtividade de 10% a 35% e em alguns casos até mais;

– Aumento da matéria orgânica em 0,5% a 1% ao ano, melhorando sua estrutura, com maior infiltração e retenção de água;

– Aumento da atividade e diversidade do solo, com maior presença de microrganismos benéficos;

– Redução de custos de produção, com a otimização no uso de insumos agrícolas, como fertilizantes e defensivos;

– Aumento da resiliência do solo a estresses climáticos e doenças, reduzindo o potencial de erosibilidade, melhorando a eficiência no uso da água e favorecendo a sustentabilidade.

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