Nájia Furlan
Os Portos do Paraná seguem sendo as principais portas de entrada para o fertilizante que chega no Brasil. De todo volume importado pelo país, cerca de 27% são descarregados pelos terminais paranaenses.
China e Rússia quase que empatam sendo as principais origens do fertilizante que chega pelo Paraná. Na sequência, Canadá, Estados Unidos e Marrocos, respectivamente. Os produtos mais comprados são Cloreto de Potássio e Ureia.
No primeiro semestre deste ano, pelos portos de Paranaguá e Antonina, foram importadas 4.650.747 toneladas de fertilizantes. O volume, porém, é 19% menor que o registrado no ano passado com 5.708.383 toneladas.
A queda observada na primeira metade deste ano tem sido frequente, a cada mês, desde setembro do ano passado. Afinal, por que as importações do produto estão em queda?
Segundo o gerente executivo do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos), Décio Gomes, a redução nos volumes importados se deve às incertezas, em nível global, para todos os intervenientes.
Caos logístico na Pandemia (2020/2021), seguida das restrições à Bielorússia (2022) e da guerra entre Rússia e Ucrânia (que se estende até hoje). Com preços nas alturas, esse comércio ainda tem gerado muitas especulações, em nível mundial.
De janeiro a agosto, no ano passado, a importação de fertilizantes atingiu volumes nunca antes alcançados. O medo do impacto que o conflito no continente europeu causaria fez os importadores anteciparem as compras. Resultado: os estoques ainda seguem elevados.
Para se ter uma ideia, o Brasil fechou 2022 com o maior estoque de adubos, dos últimos cinco anos.
Mas os próximos meses tendem a ser os mais quentes na importação dos fertilizantes. Isso se os produtores não resolverem adubar menos, seguindo o que aconteceu em 2022 em decorrência dos preços dos insumos.
Agora é esperar. Enquanto esperam para saber qual será o comportamento do mercado de fertilizantes neste segundo semestre do ano, os portos do Paraná se preparam.
A administração portuária paranaense mantém as regras operacionais ajustadas de modo que os níveis de produtividade na descarga dos granéis de importação sejam mantidos.
Além disso, o cais segue em obras com a implantação de novas esteiras transportadoras nos berços 211, 209 e 208, que farão com que a chegada dos fertilizantes fique ainda mais ágil e atrativa para quem opera no Porto de Paranaguá.