A produção de mandioca no Brasil tem se intensificado nos últimos dias, com muitos produtores acelerando a colheita e a comercialização da raiz. Essa estratégia visa se capitalizar ou liberar áreas, especialmente em um cenário de expectativas baixistas para o mercado. Além disso, a mandioca colhida apresenta um aumento no teor de amido, o que poderia impulsionar a demanda, mas a realidade do mercado é diferente.
Do lado da demanda, muitas fecularias e farinheiras seguem operando com capacidade reduzida ou em manutenção, o que tem gerado um desequilíbrio entre a oferta e a procura industrial. Com a oferta bem acima da demanda, os preços da mandioca caíram nas últimas semanas, registrando a maior desvalorização semanal desde março de 2024. Entre 13 e 17 de janeiro, a média da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 645,11, uma queda de 6,4% em relação ao período anterior e o menor valor desde outubro de 2024.
Apesar da queda nominal, em termos reais, ajustados pela inflação (IGP-DI), o preço médio ainda é 10,3% superior ao registrado no mesmo período de 2024. Esse comportamento no mercado de mandioca reflete o excesso de oferta, a manutenção das operações industriais e a retração na demanda, criando um cenário de preços mais baixos para o produto. (com Cepea)
Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN