Reestruturação do Porto de Paranaguá. Foi apresentado o projeto executivo da nova estrutura do Moegão, obra de R$ 592 milhões do Governo do Estado que vai centralizar as descargas dos trens que chegam ao terminal.
Com área total de quase 600 mil metros quadrados, o Moegão terá capacidade para descarregar simultaneamente até 180 vagões, em três linhas independentes, aumento de 63% na capacidade. Os granéis sólidos vindo pela ferrovia serão descarregados no Moegão e enviados aos 11 terminais interligados do Corredor Leste.
A estrutura vai contar com três linhas diferentes, com capacidade de movimentar cerca de duas mil toneladas por hora cada uma. Para isso, será construída uma nova pêra ferroviária de acesso, um pátio em formato circular que possibilita o transporte da carga sem a necessidade de desmembramento do trem.
A carga que sai dos vagões cai em um funil no subsolo e segue através de uma correia transportadora até uma torre de elevadores de canecas, de onde é levada às linhas de correias aéreas. Os grãos serão direcionados pelas correias transportadoras dos eixos Norte e Sul para os terminais, e de lá serão enviados para carregar os navios no Corredor Leste de Exportação, que contará com um píer em T, O que dará mais agilidade ao carregamento.
A expansão da capacidade propiciada pelo Moegão vai garantir um equilíbrio entre o transporte de cargas por rodovias e ferrovias, chegando a 50% em cada modal. A obra também é uma garantia de que o Porto de Paranaguá estará preparado para atender a crescente demanda gerada pelo projeto da Nova Ferroeste, que vai permitir o escoamento da produção do interior do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina via trem para exportação via Paranaguá.
Outro benefício direto acontecerá no trânsito da cidade de Paranaguá, com a redução de 16 para cinco cruzamentos da linha férrea com as vias urbanas, além do fim das manobras dos trens que ocorriam nestes trechos. A medida deve garantir menos filas de espera de motoristas, e também menos riscos de acidentes.
Na avaliação do diretor Empresarial da Portos do Paraná, André Luiz Pioli, o aumento de produtividade se refletirá também no desenvolvimento local. “Hoje, a mobilidade urbana é muito atrapalhada pelos trens que entram em conjuntos de até cem vagões e mesmo assim precisam ser desmontados. E a cada desmonte são necessárias muitas manobras férreas. Na nova composição, os trens entram, descarregam e saem da cidade fazendo com que esse giro possa aumentar muito a produtividade do porto, o que deve gerar mais empregos e o aumento da renda da população”, afirma. (Cleber França com AEN)