De acordo com os pesquisadores do Hortifrúti/Cepea, a principal pressão sobre os preços veio do avanço da safra de inverno, que está ganhando força e elevando a disponibilidade do produto no mercado
Os preços do tomate apresentaram recuo significativo na última semana de maio, conforme indicam os mais recentes levantamentos realizados pela equipe do Hortifrúti/Cepea. Entre os dias 19 e 23 de maio, o tomate salada, calibre 3A, teve suas cotações reduzidas em diferentes centros atacadistas do país, influenciado principalmente pelo aumento na oferta e pela retração da demanda.
No atacado de São Paulo (SP), a caixa de tomate foi comercializada, em média, a R$ 67, representando uma queda de 20% em comparação com a semana anterior. No Rio de Janeiro (RJ), a desvalorização foi ainda mais acentuada, com recuo de 26%, levando a média de preços a R$ 85 por caixa. Já em Campinas (SP), o produto foi cotado a R$ 100, uma redução de 17%, enquanto em Belo Horizonte (MG), a média ficou em R$ 87, apresentando queda de 11%.
De acordo com os pesquisadores do Hortifrúti/Cepea, a principal pressão sobre os preços veio do avanço da safra de inverno, que está ganhando força e elevando a disponibilidade do produto no mercado. Paralelamente, a demanda sofreu retração, influenciada tanto pelos elevados patamares de preços observados nas últimas semanas quanto pela aproximação do fim do mês, período em que o poder de compra das famílias costuma diminuir.
A combinação entre aumento na oferta e menor procura criou um cenário de ajustes negativos nos preços, especialmente em um momento em que o mercado buscava se equilibrar após semanas de valorização do tomate. A expectativa para as próximas semanas, segundo as análises do Hortifrúti/Cepea, é de que a oferta continue a crescer gradualmente, com a intensificação das colheitas típicas desta época do ano.
Contudo, os especialistas ressaltam que, apesar dessa tendência de elevação na disponibilidade, não se espera uma queda abrupta nas cotações. Isso porque a maior parte dos produtores ainda enfrenta custos elevados de produção, além de quebras pontuais de produtividade em algumas regiões, o que pode limitar o ritmo de desvalorização.
Assim, o mercado segue atento ao comportamento da oferta e ao nível de consumo, especialmente considerando os impactos sazonais sobre a renda dos consumidores e as condições climáticas, que podem afetar tanto a produção quanto a qualidade do tomate comercializado. (com Cepea)
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