A área destinada a batata teve redução de 5% na área plantada no Paraná, baixando de 15,3 mil hectares para 14,5 mil hectares. A expectativa de produção na safra 2023/24 segue o mesmo percentual, com previsão de 454,5 mil toneladas, contra 479,3 mil toneladas em 2022/23. As informações são do Departamento de Economia Rural do Estado.
O tomate manteve praticamente o mesmo espaço de 2,4 mil hectares, mas a produção mostra tendência de aumentar em 3%, passando de 144,9 mil toneladas para 148,7 mil. Já a cebola retraiu a área em 19% em relação ao ano passado, passando de 3,3 mil hectares para 2,7 mil hectares.
“É um produto que vem sistematicamente reduzindo a área de produção, ainda que haja elevação de produtividade”, disse o engenheiro agrônomo Paulo Andrade, do Deral. A produção para a nova safra está projetada para 94,4 mil toneladas, contra 107,4 mil toneladas no ciclo anterior.
De acordo com o analista das culturas hortícolas no Deral, toda a área de cebola já está plantada. “É a primeira vez nos últimos 15 anos que isso acontece já em agosto”, disse Andrade. No caso do tomate, também é raro que 28% estejam plantados neste período. “Por enquanto o clima está ajudando, mas há sempre um risco caso haja uma geada tardia”.
FEIJÃO – A tendência que se projeta para o feijão primeira safra é de redução de 3,5% em área, de 116 mil hectares para 112 mil hectares. No entanto, a produção pode se expandir em 8,5%, passando de 199 mil toneladas para 216 mil toneladas. “O feijão pode recuperar bastante a sua produtividade”, analisou o economista Methodio Groxko.
Até agora foram plantados 4% da área. Da segunda safra 2022/23 não resta mais nada a campo. Dos 288 mil hectares plantados foram retiradas 465 mil toneladas de feijão. Pelo menos 92% já foram comercializados. O preço para o feijão cores está em torno de R$ 190,00 a saca de 60 quilos, enquanto o feijão preto sai por R$ 223,00.
TRIGO – A área de trigo semeada em 2023 no Paraná é de 1,41 milhão de hectares, 14% superior aos 1,23 milhão de hectares de 2022. Até agora foram colhidos 13%, gerando oferta de 488 mil toneladas. “Desde 2008 não se colhia um volume tão alto em agosto”, destacou Carlos Hugo Godinho. Em várias safras a colheita iniciou apenas em setembro.
O volume supera inclusive a capacidade paranaense de moagem mensal, estimada em cerca de 315 mil toneladas. Com isso, houve pressão nos preços, que recuaram abaixo de R$ 60,00 no mercado de balcão. “São os menores valores oferecidos ao produtor desde agosto de 2020”, disse o agrônomo responsável pela cultura no Deral. A expectativa é colher 4,5 milhões de toneladas no Paraná. (AEN)
Foto: Gilson Abreu/AEN