Com retração no volume desembolsado, especialista destaca a importância de antecipar negociações e realizar o planejamento financeiro
O crédito rural do Plano Safra 2024/25 somou R$ 298,6 bilhões entre julho de 2024 e abril de 2025 — uma retração de 20% em relação ao ciclo anterior, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A redução no volume efetivamente desembolsado evidencia um cenário de maior cautela por parte das instituições financeiras e exige atenção redobrada dos produtores rurais.
Com o ritmo mais lento nas contratações, o planejamento financeiro ganha ainda mais relevância. “É nesse momento que o produtor precisa tomar decisões sobre compra de insumos, negociação de fretes e contratação de seguros. Antecipar a captação de recursos permite fazer tudo isso com mais margem de negociação e menos pressão”, destaca Víctor Cardoso, Head Comercial da Agree, agfintech especializada em crédito para o agronegócio.
Segundo o Mapa, até abril, os recursos foram distribuídos entre custeio (R$ 142,7 bilhões), investimento (R$ 52,2 bilhões), comercialização (R$ 35,5 bilhões) e industrialização (R$ 15,9 bilhões). Ainda assim, a queda nas liberações tem limitado o acesso, sobretudo de pequenos e médios produtores, que enfrentam maiores obstáculos para garantir o financiamento necessário ao ciclo produtivo.
Cardoso ressalta que, mesmo diante da redução nos desembolsos, o crédito rural segue sendo uma das principais ferramentas para manter a competitividade no campo — desde que utilizado de forma estratégica. “O produtor que se antecipa não apenas garante a execução da produção, mas também ganha poder de decisão. Isso é o que diferencia quem apenas resiste no mercado daqueles que crescem com consistência”, conclui. (Divulgação)
Foto: Cleber França