Cepea, 14/11/2023 – As exportações brasileiras de produtos agropecuários seguem registrando bom desempenho em 2023, e a receita deste ano pode atingir novo recorde. Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Secretaria de Comércio Exterior – sistema Siscomex, mostram que o faturamento em dólar do setor de janeiro a setembro de 2023 cresceu 3,2% frente ao mesmo período do ano passado, somando US$ 126 bilhões. Trata-se de um recorde para o período.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse resultado segue atrelado ao maior volume embarcado – que aumentou 14,7% –, já que os preços médios em dólar caíram 10%. O milho continua sendo o produto com maior taxa de crescimento nos envios externos – a alta é de 40% no volume embarcado. A soja em grão, por sua vez, se mantém como líder na quantidade exportada. De acordo com pesquisadores do Cepea, além dos produtos do complexo da soja e do milho, o ano tem sido favorável ao setor sucroalcooleiro e às carnes de frango e suína.
Pesquisadores do Cepea indicam que as economias chinesa e norte-americana têm apresentado boas taxas de crescimento neste ano, o que tem dado suporte à demanda internacional. Do lado da oferta, o Brasil apresentou produção recorde, o que sustentou os bons volumes embarcados. No entanto, diante do crescimento da produção também em outros países relevantes no cenário internacional, os preços caíram ao longo dos nove meses de 2023.
China, Estados Unidos e União Europeia continuam sendo os principais parceiros comerciais do país, com outros importantes mercados que, em grupo, apresentam boa participação, como é o caso dos países da Liga Árabe e os asiáticos – exceto a China.
EXPECTATIVA – Se o setor mantiver o mesmo desempenho do último trimestre de 2022, a receita pode superar o valor de US$ 160 bilhões, o que seria um novo recorde. Para que essa meta seja atingida, é importante que o Real não se valorize muito frente ao dólar norte-americano ao longo dos próximos meses. (Cepea)
Foto: rodolfo buhrer