A safra 2023/24 de soja no Paraná deve fechar com uma quebra de 12% em relação à estimativa inicial. Isso em um ano de baixa na contratação de seguro rural, com queda de 20%, segundo números da técnica Ana Paula Kowalski, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.
Ana Paula explicou, no programa, que a estimativa de quebra se deve principalmente ao regime de chuvas nos últimos meses. Em alguns momentos, houve excesso de precipitação, o que ocasiona diversos problemas, como o aumento da pressão de pragas na cultura. A irregularidade das chuvas também causou, em algumas regiões, veranicos prolongados, levando dificuldades ao desenvolvimento das plantas.
Mesmo com uma perspectiva de quebra no Paraná e em outros Estados, o preço da soja não tem reagido como esperavam os produtores. A demanda menor por parte da China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, é um dos fatores que explicam esse cenário. Além disso, o ritmo fraco de exportações dos Estados Unidos e a perspectiva de uma boa safra em outros países da América do Sul complementam a justificativa para a tendência de baixa cotação da oleaginosa, segundo Ana Paula.
Seguro rural
Quando falamos em seguro rural, o Paraná é o maior demandante entre todos os Estados. Com a expectativa de quebra, é normal que mais produtores precisem acionar suas apólices. O problema é que 2023 teve a contratação de apenas 36,9 mil apólices, menor número desde 2018 — quando foram contratadas 25,6 mil apólices. Para se ter ideia, o Paraná já chegou a fechar 82,2 mil apólices, em 2021, quando atingiu seu auge no seguro.
Uma parte da justificativa para a queda na contratação de seguro rural está no fato de que houve a maior quebra da história no ano safra 2021/22 e, na temporada seguinte, as seguradoras reduziram a oferta do produto. Em 2024, no entanto, o que pesou mais nesse movimento de redução foi a falta de previsão de recursos do governo federal para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). (Texto e foto: Faep Senar PR)