As importações de trigo pelo Brasil seguem em ritmo acelerado em 2025. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Cepea, indicam que o país importou 3,092 milhões de toneladas do cereal entre janeiro e maio — o maior volume registrado para o período desde 2001. No acumulado dos últimos 12 meses, o total importado se aproxima de 7 milhões de toneladas, marca que não era alcançada desde 2019.
Esse crescimento nas compras externas é atribuído, em grande parte, à maior oferta de trigo argentino nos últimos dois anos, o que tem facilitado o abastecimento brasileiro, especialmente durante o intervalo entre colheitas no país. Os moinhos nacionais, por sua vez, mantêm estoques considerados suficientes para o momento, o que reduz a necessidade de negociações mais agressivas no mercado doméstico.
Enquanto isso, os produtores brasileiros concentram seus esforços no campo, preparando a nova safra. No Paraná, principal estado produtor do país, o plantio de trigo já foi concluído em grande parte das regiões e a expectativa inicial é positiva, apesar das preocupações com o clima. Segundo técnicos do Deral, as lavouras mostram bom desenvolvimento, com mais de 90% das áreas classificadas entre boas e médias condições.
Quanto aos preços, o mercado segue pressionado. Desde abril, as cotações do trigo em grão apresentam tendência de queda, após alcançarem os maiores patamares do ano. A liquidez permanece reduzida, com negócios limitados a lotes pontuais e maior cautela por parte dos compradores.
Com a nova safra se desenhando e a oferta internacional ainda em níveis elevados, o cenário do trigo no Brasil tende a se manter equilibrado, com estoques ajustados e produtores atentos às condições climáticas que poderão impactar a produtividade nos próximos meses.
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