terça-feira, dezembro 3, 2024

Pix completa 4 anos: entenda as recentes mudanças da ferramenta e os impactos na economia

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Segundo a Federação Brasileira de Bancos, cerca de R$ 71 bilhões em transferências já foram movimentadas pelo Pix

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado pelo Banco Central do Brasil, está em funcionamento desde novembro de 2020 e, no próximo dia 16, completa 4 anos de existência. Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), foram realizadas R$ 29 bilhões em transferências por meio da ferramenta no 1º semestre de 2024, 61% a mais em relação ao mesmo período de 2023. Em toda a história do Pix, cerca de R$ 71 bilhões já foram movimentados em transferências. 

Mudanças no Pix
No dia 29 de outubro, o presidente do Banco Central, Robertos Campos Neto, afirmou que o Pix por aproximação será disponibilizado a partir da primeira semana de novembro. “Do mesmo jeito que você tem hoje na wallet [carteira] da Google seus cartões de crédito, que você só encosta o celular e paga, vai começar a fazer isso com o Pix”, explicou Neto. 

Desse modo, os pagamentos instantâneos serão permitidos nas carteiras digitais, sem a necessidade de acesso ao aplicativo da instituição financeira ou da leitura do QR Code na máquina de cartão. 

O Banco Central implementou, também, novas regras para o Pix, focadas em aumentar a segurança nas transações, que estão em vigor desde 1º de novembro. As mudanças, anunciadas em julho, deram tempo para que as instituições financeiras se adaptassem. 

Principais mudanças para os usuários
Agora, transferências acima de R$ 200 só podem ser feitas em um dispositivo (celular ou computador) previamente registrado pelo usuário. Essa regra visa dificultar fraudes em que criminosos tentam usar login e senha roubados em aparelhos não autorizados. 

Para transferências de até R$ 200, não há restrição de dispositivo, desde que o limite diário de R$ 1 mil não seja ultrapassado. 

Mudanças para instituições financeiras
As instituições financeiras devem: 

  • Utilizar sistemas de gerenciamento de risco de fraude, com dados do Banco Central, para identificar transações suspeitas; 
     
  • Oferecer aos clientes orientações sobre prevenção a fraudes em canais de fácil acesso; 
     
  • Verificar, pelo menos a cada seis meses, se há registros de fraude associados aos clientes e, caso necessário, adotar medidas como limitar o tempo para autorização de transações ou bloquear preventivamente transações suspeitas. 

Impacto do Pix na economia
Juliana Franco, professora de Administração da UniCesumar e Diretora do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), listou as vantagens e os impactos que o Pix causou na economia brasileira: 

  • Agilidade nas Transações: o Pix permite transferências em tempo real, 24 horas por dia, sete dias por semana. Isso reduziu o tempo e os custos associados a transações financeiras, tanto para consumidores quanto para empresas. 
     
  • Redução de Custos: as taxas para transações via Pix são geralmente mais baixas do que as de métodos tradicionais, como DOC ou TED. Isso beneficiou principalmente pequenos comerciantes e pessoas físicas. 
     
  • Estímulo ao Comércio: o uso do Pix se tornou popular entre comerciantes, impulsionando vendas, especialmente em pequenas empresas. O pagamento instantâneo ajudou a aumentar a confiança nas transações. 
     
  • Impacto na Política Monetária: o aumento das transações via Pix pode influenciar a forma como o Banco Central monitora e controla a liquidez da economia, impactando decisões de política monetária. 
     
  • Segurança e Fraudes: embora o Pix tenha trazido muitos benefícios, também levantou preocupações sobre segurança e fraudes, levando a discussões sobre regulamentação e proteção ao consumidor. 

Conheça os golpes mais comuns envolvendo o Pix
Franco aponta que os golpes via Pix têm se tornado cada vez mais comuns, e os criminosos têm utilizado várias táticas para enganar as vítimas. A seguir, a professora lista os golpes mais comuns: 

  • Phishing: criminosos enviam mensagens, geralmente por e-mail ou SMS, que imitam bancos ou instituições financeiras. Essas mensagens solicitam que a vítima clique em um link e insira seus dados pessoais, incluindo senhas e chaves Pix. Uma vez que os criminosos obtêm essas informações, podem acessar a conta da vítima e realizar transferências. 
     
  • Golpe do falso atendente: nesse golpe, o criminoso se passa por um atendente de banco, ligando ou enviando mensagens para a vítima. Dessa forma, o golpista alega que houve uma tentativa de fraude ou que a conta precisa de verificação, e pede à vítima que faça uma transferência via Pix para “proteger” os fundos. 
     
  • Vendas fraudulentas: em compras on-line, especialmente em redes sociais, os golpistas anunciam produtos a preços muito baixos. Após o pagamento via Pix, a vítima nunca recebe o produto, e o golpista desaparece. Esse tipo de golpe é comum em plataformas de compra e venda, em que a verificação de vendedores é mais difícil. 
     
  • Clonagem de WhatsApp: os criminosos clonam o número de WhatsApp da vítima, se passando por ela para pedir dinheiro a contatos. Eles costumam informar uma emergência e solicitam que os amigos realizem transferências via Pix, levando a vítima a perder dinheiro sem perceber que não está falando com a pessoa real. 
     
  • Golpe do “recuperador de contas”: nesse golpe, o criminoso apresenta-se como um especialista em recuperação de contas que foi invadida. Ele pede que a vítima faça um pagamento via Pix para “ajudar” a recuperar sua conta, mas, na verdade, não possui  nenhum vínculo com a instituição financeira. 

“Para se proteger contra esses golpes, é importante desconfiar de mensagens ou ligações suspeitas, nunca compartilhar dados pessoais e sempre verificar a autenticidade de transações, especialmente em compras e doações. Além disso, manter o software do celular atualizado e usar autenticação em duas etapas nas contas financeiras podem ajudar a aumentar a segurança”, ressalta Franco. (Divulgação)

Foto: Divulgação UniCesumar / Shutterstock

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