sábado, novembro 23, 2024

Greening coloca citricultura do Paraná em risco

Causada por bactéria (Candidatus Liberibacter spp.), a doença tem potencial para reduzir drasticamente a produção dos pomares

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Técnicos e produtores vêm notando nos últimos meses um rápido aumento na incidência do HLB, ou greening em pomares de cítricos nas regiões Noroeste e Norte do Paraná. Causada por bactéria (Candidatus Liberibacter spp.), a doença tem potencial para reduzir drasticamente a produção dos pomares.

“É uma doença que pode comprometer seriamente toda a cadeia produtiva”, alerta Pedro Martins Auler, gerente de pesquisa do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater).

O ciclo da doença envolve ainda um pequeno inseto, o psilídeo asiático dos citros (Diaphorina citri), que adquire a bactéria ao sugar a seiva de plantas doentes e a dissemina quando se alimenta em árvores sadias, explica o pesquisador Rui Pereira Leite Júnior.

Em pomares comerciais, o manejo é feito principalmente com aplicação frequente de inseticidas para reduzir a população de psilídeos e, também, destruição de plantas infectadas.

“Essa erradicação é vital para diminuir focos de disseminação da doença”, explica Rui Leite. A recomendação é que essa prática seja adotada inclusive nos plantios caseiros em quintais e chácaras de lazer.

Plantas infectadas com HLB apresentam folhas com manchas amarelas (ou amareladas inteiramente, se forem novas). “Seja produtor comercial ou não, em caso de dúvida é aconselhável procurar um engenheiro-agrônomo para auxiliar na identificação de plantas doentes”, aconselha Rui Leite.

Patrimônio – Com aproximadamente 20 mil hectares cultivados, o Paraná produziu 623,3 mil toneladas de laranja, que renderam R$ 574,3 mi em VBP (Valor Bruto da Produção) e US$ 49,4 mi em exportação de suco concentrado para 46 países, de acordo com dados de 2021 do Deral (Departamento de Economia Rural), da Seab (Secretaria da Agricultura e do Abastecimento).

O segmento envolve mais de 600 citricultores, com área média de 30 hectares, e está presente em cerca de 100 municípios do Paraná. O Noroeste é a principal região produtora do Estado, com 70% dos pomares.

O Paraná é o terceiro maior produtor nacional, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais.

Ações – Representantes do IDR-Paraná, Seab e Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) estiveram reunidos em Paranavaí com produtores, técnicos e lideranças para debater a implementação de medidas de contenção ao avanço da doença na região.

As ações devem envolver o levantamento da presença de fontes de inóculos (plantas contaminadas); a elaboração de protocolos técnicos para controle do vetor, o psílideo; intensificação na fiscalização do comércio de mudas e, ainda, estratégias de comunicação com o objetivo de esclarecer a população — produtores e público urbano — sobre a importância econômica e social da citricultura, a gravidade da situação e a necessidade de eliminar plantas doentes.

Presenças – Participaram das discussões o prefeito de Paranavaí, delegado Kiq, o vice-prefeito, Pedro Baraldi e o presidente da câmara municipal, Luís Paulo Hurtado, acompanhados dos secretários municipais Tarcísio Sousa (agricultura), Walther Barbosa Camargo Neto (meio ambiente), Carlos Emanuel Rodrigues (desenvolvimento econômico), Américo de Castro (comunicação) e Benjamin Margel Costa (procurador do município); José Jorge de Oliveira Neto, chefe regional da Seab; Renato Rezende Young Blood (gerente de fiscalização), Paulo Jorge Marques e Álisson Santos Barroso, pela Adapar; Amanda Caroline Zito e Gabriel Costa (Cocamar), Willian Gutierrez (Kentô Agronegócios); Sidinei Rodrigues da Silva, presidente da CooperSanta; e José Jaime de Lima, gerente regional do IDR-Paraná). Também estiveram presentes os produtores José Gilberto Pratinha, Marco Valério Ribeiro, Marlene Fátima Calsavara e João Luiz Pasquali.

(Texto e foto / IDR-PR)

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