Com reuniões técnicas em campo, o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) intensificou, neste período do ano, o trabalho de orientação aos produtores rurais sobre o controle das formigas cortadeiras. A ação envolve instruções sobre a identificação das espécies e práticas que podem ser adotados pelo agricultor para o enfrentamento do problema, como o uso de inseticidas.
De acordo com o técnico do IDR-Paraná de Umuarama, José Cosme de Lima, a formiga cortadeira pode atacar e causar danos em áreas de lavouras, florestas plantadas, pastagem, frutíferas e até hortas.
“No caso de uma plantação de eucalipto, um sauveiro adulto pode desfolhar até 86 árvores por ano e incapacitar a planta de realizar a fotossíntese. Com três ataques consecutivos pode até matar a planta. Já na pastagem, se mal manejada, os danos chegam a 50% da capacidade produtiva; Para os produtores de mandioca um ataque logo após a brotação reduz em mais de 30% o stand de plantas”, explica.
A capacitação dos produtores foi feita com a realização de dias de campo, reuniões técnicas e oficinas. O extensionista detalha que nos treinamentos o produtor tem a oportunidade de expor a sua experiência no manejo e controle da praga e que a partir disso o técnico instrutor faz a sua abordagem para o enfrentamento do problema.
“Mostramos como identificar os diversos tipos de formigas, como dimensionar um formigueiro, quais são as alternativas de controle e a necessidade de todos terem o que chamamos de responsabilidade solidária”, afirma.
Esta responsabilidade solidária é necessária porque o trabalho isolado do produtor em sua propriedade pode não alcançar o resultado esperado no controle da formiga. “O sucesso no enfrentamento da praga depende de um trabalho conjunto da comunidade ou até mesmo do município. Então, além do produtor fazer este controle em seu sítio, precisa ter a capacidade de mobilizar o vizinho para ele fazer o mesmo em sua propriedade”, conclui.
Um dos participantes, o produtor de frutas Roberto Meda, de Umuarama, destaca que as orientações foram imprescindíveis para a tomada de decisões no controle da praga. “Na verdade, a gente já vinha combatendo, mas sem eficiência. Acabava jogando produto fora e não estava conseguindo o objetivo que buscava, que era baixar o nível de infestação. Sabemos que essa praga não vai acabar, mas não podemos deixar que cause tanto prejuízo pra gente”, comenta.
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO – O trabalho realizado pelo IDR-Paraná conta com a parceria de universidades, como a UEM (Universidade Estadual de Maringá), Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), UEL (Universidade Estadual de Londrina) IFPR (Instituto Federal do Paraná) e outras instituições de ensino. Um grupo de pesquisa foi formado e está permitindo novos avanços no controle também em áreas de reserva legal e preservação. (AEN)
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